Estou sem voz. Ela se foi nos pênaltis. O Grêmio faz isso com seus apaixonados torcedores. Depois de perder por 1 a 0 em casa para o Furacão, a suada classificação na Copa do Brasil veio com três defesas de Marcelo Grohe em um festival de pé torto. Na volta de Renato, o 4 a 3 precisa ter o poder de virar a chave na Arena. É reencontrar o bom futebol e despertar líderes do elenco que estão dormindo.
É preciso admitir que foi um sofrimento desnecessário, baseado em pura incompetência. O Grêmio fez muita força para ser eliminado. Começou com Henrique Almeida que, sozinho de frente para Weverton, não conseguiu acertar a goleira. Ainda saiu irritado com o torcedor quando, na verdade, deveria pedir desculpas por uma conclusão tão constrangedora. Defendo que seja multado pela direção.
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Herói ao final da noite, Grohe cometeu falha juvenil. O chute veio no meio do gol, sem perigo, mas o arqueiro deu rebote. O erro virou o gol do tempo normal. Grohe repetiu a sina de falhas graves em jogos decisivos ao longo da temporada. Foi assim no Gauchão, Libertadores e, agora, na Copa do Brasil. Desta vez, ele teve as penalidades para reescrever a história.
Sem ultrapassagens, lento e nervoso, o Grêmio tinha posse sem mostrar eficiência. Guilherme lutou muito, porém não tem qualidade para atuar no lado contrário ao do pé de conclusão. Mata todos os lances ao trazer para o meio, aumentando a obviedade tricolor. Luan ainda rasgou chance clara na etapa final, comprovando que, ao lado de Walace, segue em alfa depois da Rio 2016.
Nas penalidades, mais sofrimento e falhas. Erramos três cobranças seguidas, todas por balaca. Poderíamos ter liquidado a fatura nos cinco chutes, mas Walace, Douglas e Luan bateram como se fosse um treino. Não pegaram distância, tentaram demonstrar categoria e chutaram sem força, o que aumenta chance de fracasso. Weverton saltou e buscou os três.
A displicência dos três batedores foi salva por Grohe e pelo pé torto do Atlético. Nosso goleiro buscou dois chutes e viu um terceiro ir pelo alto. Quando Kannemann isolou, Grohe catou no canto o petardo que nos eliminaria. Ainda contou com a sorte na bola na trave de Paulo André.
Torço para que tanto sofrimento desperte a indignação do elenco, pois até o momento o único indignado é o torcedor. O Grêmio precisa jogar mais, não pode se enganar ao confiar que a classificação apagará os problemas. Renato terá muito trabalho pela frente. Saaaaaai, uruca!
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