O Grêmio foi mais uma vez um gatinho fora de casa. Perdeu com justiça para o Botafogo. O 2 a 1 foi pouco. O resultado afasta o time quase em definitivo da briga pelo título, congela o Imortal na disputa por G-4 e escancara defeitos que o torcedor há meses aponta.
Faltou outra vez aquela mobilização vencedora. O Botafogo foi melhor, pressionou mais, criou mais, deixou de marcar mais gols. A partida atrasada do Brasileirão, que poderia devolver o Grêmio ao G-4, foi de uma passividade constrangedora. Por sinal, uma triste característica do time de Roger Machado longe da Arena.
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Walace admitiu ter entrado “desligado”. Só posso estar louco! Será que o volante olímpico não sabia que enfrentaria o Botafogo no domingo, às 16 horas? Foi avisado no dia anterior que teria uma partida pelo Brasileirão? É abusar da paciência do gremista a conversa do “desligado”. Lembrando que o Botafogo jogou pela Copa do Brasil no meio da semana, enquanto o Grêmio apenas treinou.
Também é um teste de paciência a titularidade absoluta de Marcelo Oliveira. Os dois gols do Botafogo passam pela esquerda. No primeiro, o cruzamento saiu com total liberdade pelo lado. No segundo, o lateral meteu um espeto no meio-campo, a bola foi perdida e só foi parar dentro do arco tricolor. São falhas e mais falhas, porém Roger segue confiando em um dos líderes de seu vestiário.
Aliás, o desempenho opaco diante do Botafogo contrapõe a entrevista de Roger a Zero Hora. Nosso treinador considera a crítica “extremamente conservadora”. Na sua ótica, pelo o que vi no Rio de Janeiro, é moderno levar gol de bola aérea a todo momento. É moderno permitir que Camilo marque um gol de bicicleta na segunda trave, porque ninguém foi capaz de impedir o cruzamento ou de se posicionar para espanar a bola. Camilo, Damião. Todo mundo dá bicicleta ou voleio na área do moderno Grêmio.
Confesso que não entendo. Também deve ser moderno ver o time dominado pelo Botafogo, uma equipe que estará no lucro se escapar do rebaixamento. Deve ser moderno escalar três volantes e seguir levando bola nas costas. Deve ser moderno chamar volante de médio apoiador, termo que não diz coisa alguma.
Passados 22 jogos, a sete pontos do líder Palmeiras e a um do G-4, o Grêmio sacramenta nos próprios vacilos sua condição na temporada: brigar por vaga na Libertadores e, se mudar a postura, tentar o título da Copa do Brasil.
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