A gente perguntou, e eles responderam. Ao longo de janeiro, a coluna apresenta uma nova série de verão, com um título bem sugestivo: “Qual é a tua praia?”
A nosso convite, personalidades do Rio Grande do Sul irão contar onde gostam de estar no veraneio e por quê. Pode ser um lugar à beira-mar ou em qualquer outro local — no litoral, no mato ou na cidade. Vale tudo.
A estreia foi com a jornalista Cris Silva, apresentadora do Baita Sábado, na RBS TV.
A seguir, confira a escolha do cantor e compositor Duca Leindecker, que se apresenta às 20h desta sexta-feira (10) no Theatro São Pedro com a Tour Triângulo, pelo Porto Verão Alegre.
A escolha de Duca Leindecker
Quem conhece o repertório de Duca Leindecker e da banda Cidadão Quem já deve imaginar qual é a indicação desse baita músico.
Uma das mais famosas canções de Duca diz assim: "E agora o Pinhal não tem mais a gente lá. Eu volto pra lembrar que a gente cresceu na beira do mar..." (leia a letra na íntegra no fim do texto). Não tinha como ser diferente: Pinhal é o lugar onde ele e a família gostam de passar o verão.
— Essa música eu fiz para o meu irmão Adriano e para a mulher dele, Adriana. Eles se conheceram lá — conta Duca, lembrando que a canção chegou a ser negada pela antiga gravadora antes de virar um sucesso.
Mas a ligação do artista com a praia vem bem antes disso. Quando Duca era pequeno, sofria com problemas respiratórios. O conselho de buscar o ar puro à beira-mar veio de um médico.
— Ele disse que seria bom para a minha saúde. Isso era nos anos 1970, e meu pai então comprou uma casa de madeira lá. Naquela época, quando ainda não existia a freeway, Pinhal e Cidreira eram os principais pontos de veraneio — recorda o cantor.
O pai de Duca faleceu quando ele tinha oito anos, mas a família seguiu frequentando o local, que virou um caldeirão de memórias afetivas.
— Jogamos as cinzas do pai lá, onde ele gostava de surfar — diz o artista.
Com o tempo, Duca se afastou de Pinhal em razão das turnês da Cidadão Quem, que estourou no cenário nacional, mas a ausência não durou muito.
Hoje, o velho chalé é uma casa maior, para onde ele leva a mulher, Manuela D'Ávila, e os filhos, Laura e Guilherme, para curtirem a avó e, é claro, as ondas, o buffet de sorvetes e o parque de diversões.
Em 2025, Duca completa 50 anos de Pinhal.
Sobre Balneário Pinhal
O local começou a receber veranistas na década de 1950 e, após pertencer a municípios da região, conquistou a emancipação em 1995. As informações são do colunista Leandro Staudt.
O livro A Saga das Praias Gaúchas: de Quintão a Torres, de Leda Saraiva Soares, conta que a área de Balneário Pinhal fazia parte da Sesmaria de Cidreira, terras recebidas da Coroa Portuguesa em 1767 por Manuel Pereira Franco. Depois de passar por outros donos, o primeiro lugarejo que se formou em Pinhal foi a Fazenda da Rondinha. Atualmente, a lagoa que leva o mesmo nome, às margens do km 92 da RS-040, é um dos atrativos do município para quem busca um banho tranquilo.
O nome do município não vem dos pinus, que só seriam plantados mais tarde, mas da Fazenda Pinhal. A pesquisadora Maria Cardoso Faistauer explicou a Staudt que a propriedade tinha três araucárias e pertencia ao espanhol Francisco Segura Garcia quando ele comprou a Fazenda da Rondinha.
*Colaborou Maria Clara Centeno
A Letra
Pinhal*
Foi no dia
Em que eles se encontraram
Na praia do pinhal
Que ela olhou pra ele
E disse baby
Não me leve a mal
Ele sempre foi
Um cara desses
Que estuda demais
Procurando encontrar
A solução pra tudo
Com muita paz
E agora o Pinhal
Não tem mais
A gente lá
Eu volto pra lembrar
Que a gente cresceu
Na beira do mar
Ela se formou
Há pouco tempo
E quem tocou na formatura
Fui eu
Ele faz meditação no parque
À procura do seu eu
Quando tenho tempo
Dou uma passada lá
Pra ver como estão
Se estou na Zona Norte
Pego a Estrada do Forte
Pro meu irmão
* Duca Leindecker, Cidadão Quem