Em Brasília, o Grêmio repetiu a triste rotina de ir mal fora de casa. Foi dominado pelo Flamengo, errou demais e acabou derrotado por 2 a 1. Deixou o G-4, perdeu um confronto direto. O pêndulo entre atuações empolgantes na Arena e frustrantes fora dela lembra os tempos de Paulo Autuori. Uma pena.
Um time que se propõe a ser campeão brasileiro precisa vencer fora. Em média, vai ganhar oito jogos como visitante. O Grêmio ganhou apenas duas vezes - Atlético-MG e Gre-Nal. Nem o lanterna América foi batido. Assim, o Imortal manterá a sina de brigar por G-4.
Contra o Flamengo, em campo neutro e sem casa cheia, não consegui entender um primeiro tempo tão fraco. A equipe teve a semana toda para descansar e treinar, sabia que encarava um rival direto, mas foi dominada com facilidade. O time não sabia que teria um jogo às 11h do domingo em Brasília? O que explica um desempenho tão opaco? Melhorou na etapa final, porém foi insuficiente.
Os desfalques dos campeões olímpicos Walace e Luan, mais as ausências de Edílson e Jaílson, prejudicaram. Só que muitos erros de outras derrotas foram repetidos. Pelos lados, aconteceu o de sempre com os Oliveira. Wallace e Marcelo foram envolvidos. Pará deitou em cima de Marcelo, o esforçado lateral que tem a admiração de Roger.
Também aconteceu o de sempre com a defesa pelo alto. Os caras cabecearam, deram bicicleta e voleio. Uma freira de hábito sobe na área tricolor e acerta a bola. Roger insiste que treina, ou seja, fica mais do que comprovado que treina mal esse aspecto. Treinar é como investir seu dinheiro: você pode aplicar bem ou mal. O Grêmio investe mal seu tempo para acertar a bola parada.
Aconteceu o de sempre com Ramiro, outro versátil e limitado que provoca paixões em técnicos. Ruim como volante, menos ruim como lateral. Raul deve ser um ferida, pois jamais ganha oportunidade diante de reservas tão fracos para Edílson.
Ainda aconteceu o de sempre com Bolaños. Perdeu mais um gol feito. Foi acionado cara a cara, teve tempo de escolher o canto, mas ficou esperando a defesa chegar. O equatoriano não definiu o lance, pipocou. Seria o empate, mas virou uma frustração.
O gringo voltou a errar lances fáceis, a exemplo do que ocorreu com América-MG e Corinthians. Foi sacado do time com justiça. Henrique Almeida ficou poucos minutos em campo e deixou o seu em um lance de volúpia e presença de área. Desejou e brigou pelo gol. O oposto de Bolaños, que tem sua titularidade ameaçada.
Com as voltas de Luan, Walace e Jaílson, Roger terá de escolher quem deixará o time no meio e ataque. Talvez Bolaños desperte ao lado de Luan, porém sua aplicação vai irritando o torcedor. O fato é que quarta-feira tem Copa do Brasil e a peleia é fora de casa. Se repetir a jornada tico-tico, o Grêmio corre sérios riscos contra o Atlético-PR.