Não espere indignação do Grêmio depois dos empates com América-MG e Santa Cruz. Não é o perfil da equipe de Roger Machado. Frio, esse Grêmio vai se recuperar ou estacionar com o mesmo ímpeto e estilo jogo - com suas virtudes e sem corrigir defeitos.
O histórico da equipe de Roger não leva a acreditar em reação enérgica, em um time mordendo e brigando por cada palmo de grama depois de frustrar o torcedor. Sobrou retórica e faltou futebol após todas as eliminações ou derrotas difíceis de engolir dos últimos dois anos.
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O time de Roger e Romildo Bolzan só se mobiliza no gogó. Oferta um discurso forte e entra de boa em campo. Foi assim depois de cair para o Fluminense na Copa do Brasil e depois do fiasco em casa com a Chapecoense. O Imortal terminou o Brasileirão 2015 na banguela.
O filme se repetiu com a eliminação nas semifinais do Gauchão para o Juventude. Falou grosso e foi dominado em casa pelo Rosario Central. Repetiu a retórica valente e tomou uma roda do mesmo Rosario na Argentina. Fim do sonho do tri da Libertadores.
Contra o América-MG, o torcedor vivenciou o ápice do papo furado. Falou-se durante a semana em mobilização, na importância da vitória. E a equipe entrou em campo lerda, tocando bola de lado, sem ambição. Quem desejava tanto vencer e ser líder do Brasileirão só foi chutar ao gol no final do primeiro tempo. Se esse é o Grêmio "mobilizado", imaginem o que seria o Grêmio desinteressado.
O pós-jogo conseguiu ser tão constrangedor quanto o empate. O torcedor teve de ouvir Roger valorizar o resultado fora de casa com o América, que estava desesperado e blá-blá-blá. O cúmulo do conformismo. Esperava um pedido de desculpas ao torcedor pelo fiasco e pela postura. Depois do confronto, Romildo teve de remendar e garantiu que não havia ninguém satisfeito com o empate fora. Pois a quinta-feira ampliou o desgosto.
Na Arena, diante do Santa Cruz e com possibilidade de ser líder, o Grêmio mais uma vez entrou tocando bola de lado. Pressionava, roubava e começava a estratégia do caranguejo. Esse é o Grêmio que pretendia ser líder?
Agora, temos uma parada para treinar e repensar modelos e peças - aliás, a direção está devendo reforços. Virão novas falas de retomada, de desejo de ser campeão. Alguém ainda acredita em discurso de mobilização no Grêmio? É melhor não falar nada e só jogar bola.
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