Digamos que Kadu, do Atlético-PR, primeiro reforço do Grêmio para a temporada 2016, é um Erazo brasileiro. Ambos têm praticamente a mesma altura, idade e perfil. Erazo, 27 anos e 1m89cm. Kadu, 29 e 1m90cm. Nunca encheram os olhos de torcedor algum, salvo alguns momentos de relativa estabilidade pelos clubes por onde passaram. Erazo ainda tinha a grife de seleção equatoriana, de Copa América, de Eliminatórias. Kadu, não. Não vejo diferença entre os dois.
O Grêmio repôs um zagueiro de grupo, que circunstancialmente foi titular, por outro que só jogará na falta de um melhor. Isso depois de perder a briga por Henrique para o Fluminense, este sim um jogador acima da média. Até em relação a Fred, do Goiás, uma indicação de Roger, o zagueiro Kadu é uma reversão de expectativa. O Grêmio tinha - esse é o ponto - a fortaleza de Rhodolfo na área, em 2015. Depois, passou ao lotérico Erazo e, agora, na ausência deste, vai de Kadu como parceiro de Pedro Geromel na Libertadores. O fato é que, de Rhodolfo a Kadu, é uma decadência na área gremista.
O anúncio de Kadu diz muito sobre a política de reforços do Grêmio para este ano. Sem dinheiro e com a convicção pétrea de não avancar na despesa sem receita equivalente, o ritmo será o de 2015. Virão jogadores que não demandarem compra de direitos - salvo exceções, como a manutenção de Maicon. A favor desta lógica está a crença no encaixe de reforços em um time entrosado. Vale o mesmo para o lateral-direito Wallace, reposição a Galhardo.
Só que agora é Libertadores, com suas urgências que não perdoam vacilos, e não o Gauchão onde sempre dá para se reeguer. Bolzan é corajoso. Sua determinação em equilibrar as finanças é impopular, pois dificulta a montagem de times vencedores e o anúncio de grandes nomes. O Grêmio pode montar um esquadrão na escassez, bem entendido. Mas as chances, se pudesse abrir um pouco mais o cofre, aumentariam um bocado.
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