Destaque da boa campanha do Grêmio no Brasileirão e na Copa do Brasil, Marcelo Oliveira utiliza seus exemplos de dificuldades na vida para motivar os companheiros no vestiário. Promovido a capitão após a lesão de Maicon, o lateral-esquerdo costuma falar sobre seu milagre de jogar depois de vencer uma infecção durante cirurgia de reconstituição de ligamento do joelho esquerdo. Quatro intervenções depois, e quase dois anos sem jogar, Marcelo Oliveira recuperou-se e foi contratado no começo de 2015 pelo Grêmio. Em campo, criou forte empatia com o clube e a torcida. Virou peça-chave no esquema do time tricolor, que neste domingo, enfrenta o Coritiba, às 11h, na Arena.
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O que você tenta passar dentro de campo?
O que eu posso passar é que sempre irão ver eu me entregando. Sempre vou querer jogar bem, mas a gente sabe que nem sempre as coisas saem como você quer. O mais importante no final de uma partida é sair de campo, independentemente do resultado, de cabeça erguida por ter me entregue totalmente. É muito melhor do que chegar em casa e pensar que poderia ter dado alguma coisa a mais.
Marcelo Oliveira e a tatuagem feita após a lesão no joelho. Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS
Como você explica a rápida identificação com o Grêmio?
Sempre fui muito de me entregar do primeiro ao último minuto. Posso não estar bem tecnicamente, mas sei que compensarei na entrega. Isso ajuda muito mais ao time. Antes de vir, o Leandro no Palmeiras sempre me disse que eu tinha a cara do Grêmio. Comentava que era um sonho mesmo jogar aqui, foi o único clube que falei isso. E olha que eu pensei antes de dizer na coletiva para não acharem que eu estava fazendo média com a torcida. As coisas estão fluindo naturalmente.
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É sua melhor fase?
No Palmeiras tive uma sequência enorme, depois na Série B não joguei tanto. Em 2014, fui quem mais atuei no ano. Até eu machucar aqui no Grêmio, era quem mais tinha atuado. Fiquei fora cinco jogos. Fico feliz pela sequência, é bom poder jogar. A lesão me pegou de surpresa, não estava sentindo nada e nenhuma dor. Os médicos acreditam que foi pelo movimento que eu fiz, apoiei a perna e o tronco foi muito para frente. Aí abriu a musculatura.
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De onde vem sua boa saída para o ataque?
Sempre fui de sair mais do que marcar. No Cruzeiro com o Roth, ele cobrava muito da marcação. Ali foi um período que eu comecei a marcar muito mais. Quando cheguei ao Palmeiras já marcava mais do que sair. Aqui, cheguei dizendo isso. Só que no futebol é dentro do campo. As coisas aconteceram para que eu possa sair mais. De vez em quando eu até faço meus gols (risos).
Marcelo Oliveira e as tatuagens para a mulher Juliana e os filhos Lucas e Matteo. Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS
Qual é a principal força do grupo do Grêmio?
Aqui não tem vaidade e não tem ninguém querendo aparecer mais do que outro. O essencial é ter o coletivo como o mais forte. O sucesso coletivo gera benefícios individuais. Esse é um fator importante aqui, nossa humildade de correr um pelo outro e quando nos cobramos, o companheiro escuta. Sabemos que todos no vestiário querem vencer, mas se precisarmos brigar, vamos brigar lá dentro. É pelo bem de todo mundo, então estamos todos no mesmo caminho.
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Agora capitão, como acontecem as cobranças aos companheiros?
Não sou de xingar ou falar alto, gosto mais é de falar para motivar e dizer a verdade. Deixar o que vai do coração sair pela boca. Se estiver usando a braçadeira ou não, temos vários líderes aqui. Isso nos ajuda muito. Um leva a braçadeira, na ausência do Maicon sou eu, mas temos vários colegas capacitados a isso.
Além de liderança, você também é um dos mais brincalhões do grupo...
Todo dia vão me ver com um sorriso, brinco muito. Até quando a família assiste a coletiva, acham que estou muito sério ou que estou brabo (risos). Mas é que ali tem que ser sério para não falar nada errado. É meu jeito de ser, sou um cara para cima. Temos que enfrentar a vida sorrindo. Que continue assim.
Qual o significado da comemoração dos gols?
É para agradecer a Deus. Sabemos que cada um tem sua crença, mas ali estamos agradecendo pelo momento. Cada um tem um dom e ali estamos colhendo o que ralamos no dia a dia. E Todos estão fazendo, é legal ver. Agradeço todo dia por levantar da cama e estar andando. Ali é o momento da alegria máxima do futebol, mas também uma oportunidade de agradecer.
Qual a receita para entrar com força na briga pelo Brasileirão?
Precisamos manter os pés no chão. O que estamos fazendo até agora é muito bom, mas se terminasse hoje não estaríamos na história. Título te deixa na história. Não podemos perder o foco no trabalho, que é o que nos deixa mais forte. Vamos passar por cima do cansaço, temos que enfrentar. Não adianta deixar desviar o nosso foco. Estamos em setembro, já está terminando o ano. O momento é só de ficarmos mais fortes.
Algum cuidado especial para aguentar a sequência de jogos?
Sempre tive uma boa condição física, me cuido muito, a alimentação e o descanso são importante para o jogo ali dentro.
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