Sempre digo que o maior gênio político da história da Humanidade é um negro longilíneo e longevo chamado Nelson Rolihlahla Mandela.
Nenhum líder, nem mesmo Ghandi, conseguiu realizar a façanha cristã que Mandela realizou: depois de passar metade da vida preso pelo regime racista da África do Sul, ele não apenas conquistou o poder, mas transformou o poder em um instrumento para alcançar a paz.
Mandela redimiu um país inteiro pelo amor. Isso o mais extraordinário: pelo amor.
Mas é claro que Mandela não atingiu esse nível de sabedoria de uma hora para outra. Seu nome do meio, Rolihlahla significa "encrenqueiro" em xhosa, a língua da sua tribo. Era o que ele era. Quando jovem, pretendia mudar a África do Sul por meio da violência. Chegou a tentar atos terroristas contra os mantenedores do regime do Apartheid. Preso, usou o tempo para refletir e para conhecer seus inimigos. Ao retomar a liberdade, era um outro homem.
Mandela disse aos negros que a vingança seria inútil e garantiu aos brancos que eles não precisavam sentir medo. Convenceu a todos com seu discurso e seu exemplo. Unificou o país e mostrou ao mundo que a verdadeira mudança, a mudança profunda e duradoura, é feita com amor, não com violência.
Como conseguiu essa proeza? Com sua inteligência superior e com seu carisma, é evidente, mas sobretudo porque soube usar essa inteligência e esse carisma para fazer com que os sul-africanos acreditassem nele.
Essa é a principal qualidade de um líder. Um líder precisa ter credibilidade, qualquer líder, seja ele um santo feito Mandela, seja ele um tirano feito Stálin, seja ele um empresário, um chefete de setor ou um técnico de time de futebol. Os comandados têm de acreditar no líder, têm de saber que ele aponta para o caminho certo.
Os jogadores acreditam no Renato. Eles sabem que o Renato quer o bem DELES. É por isso que um Barcos e um Kleber se recuperaram e começam a jogar com Renato. Porque confiam não só na sua experiência; confiam no seu caráter. Porque se acreditar na sabedoria do líder é importante, mais importante ainda é acreditar nas suas boas intenções.
A estratégia e a tática
A estratégia de Renato foi dar confiança ao grupo. A tática de Renato foi proteger a defesa. Mas o melhor do sistema encontrado por Renato não são os três zagueiros; são os dois armadores. Ramiro e Riveros dão mobilidade ao time. São jogadores combativos e técnicos, sabem desarmar o adversário e dão sequência inteligente à jogada.
Aos poucos, Renato também está preparando um terceiro jogador com essas características: Matheus Biteco. Com esses três no time, acrescidos, talvez, de Zé Roberto, o meio-campo do Grêmio terá uma dinâmica muito eficiente ainda nesta temporada. Tudo porque Renato fez com que os jogadores acreditassem nele. Credibilidade. Nada vale mais para um líder do que a credibilidade.