Separados pela taça que estará em jogo neste sábado (6), na Arena, Renato Portaluppi e Roger Machado projetaram o jogo das 16h30min que definirá o campeão gaúcho. Os dois estavam ladeados por seus homens de confiança, Pedro Geromel, à direita do comandante gremista, Alan Ruschel, à esquerda do técnico do Juventude, em evento da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) para promover a partida decisiva.
O troféu colocou em lados opostos dois nomes que, por muito tempo, andaram juntos. Ainda jogadores, atuaram lado a lado por 45 minutos pelo Grêmio em 1995. Depois, foram campeões da Copa do Brasil com o Fluminense. Ainda trabalharam na comissão técnica gremista. Durante o evento, as semelhanças emergiram mais do que as diferenças.
Em um clima bem mais amistoso do que as 42 faltas cometidas no primeiro jogo da final, a dupla trocou elogios e falou sobre a relação de longa data.
— O Roger jogava muito, muito mesmo. O time deles são bem ajeitados, com linhas juntas e gosta de atacar também — disse Renato.
O técnico do Juventude relembrou os tempos de convivência.
— Meu DVD não tem tantos gols como o dele — brincou Roger.
— Como fui jogador do Renato e membro da comissão, sei que ele gosta que seu time jogue ofensivamente. Trabalha para que o protagonismo do jogador talentoso apareça na partida — concluiu em tom mais sério.
Será um jogo que vale mais um espaço na história para os dois. Para o Grêmio, desponta a chance de ser heptacampeão, o que não acontece desde 1968, além de dar a chance de igualar o recorde de oito títulos consecutivos no ano que vem. Para Renato, raia a oportunidade de vencer o seu 10º título pelo clube em que se tornou ídolo máximo e igualar o recorde de conquistas de Oswaldo Rolla, o Foguinho.
— É um privilégio estarmos na final, fazermos história novamente com o hepta após mais de meio século. Tem muitos jogadores que jogam 10 anos em um clube e não fazem história. Teu nome fica marcado com títulos. Vamos correr atrás — destacou o comandante tricolor.
A carga do outro lado também é densa. Ao Juventude, emerge a possibilidade de igualar o Guarany de Bagé como os únicos bicampeões gaúchos do Interior. Também vislumbra repetir a sensação de ser campeão estadual após 26 anos. Ainda tem a perspectiva de ultrapassar o rival Caxias no números de taças da competição.
— Para o Juventude, o atleta ter a chance de colocar seu nome na história é motivação por si só. Essa pressão precisa ser positiva. No vestiário, tem fotos históricas. A gente deseja poder ver a nossa nesse ambiente — enfatizou Roger.
A partida decisiva do Gauchão será o terceiro confronto entre as equipes no ano. No primeiro, vitória tricolor. Na semana passada, empate. Embora os time não sejam desconhecidos um do outro, não são tão próximos quanto Renato e Roger. Ao término, os quatro, cheio de sorrisos, participaram de uma rápida resenha. Neste sábado, ninguém quer mostrar os dentes para ninguém.