O Gre-Nal 441 foi vencido pelo Inter com um gol de pênalti nos acréscimos e teve equilíbrio em diferentes momentos. A vitória colorada, porém, apareceu com o time de Eduardo Coudet explorando em todos os seus gols um ponto débil do Grêmio, que não foi resolvido nem mesmo com a escalação de quatro volantes. O Desenho Tático de GZH mostra como foi o duelo entre Eduardo Coudet e Renato Portaluppi, no Beira-Rio, no domingo (25).
Foi no lado gremista que esteve a surpresa na escalação. Renato abriu mão de ter Pavon e iniciou com quatro volantes. Na zaga, Rodrigo Ely ocupou a vaga de Geromel. Taticamente, o Grêmio se postou no 4-1-4-1 tendo um tripé formado por Villasanti, Du Queiroz e Pepê.
Dodi foi o homem aberto no lado direito com a missão de ajudar João Pedro na marcação de Wanderson. Gustavo Nunes foi o extrema da esquerda. No Inter, Coudet manteve seu habitual 4-1-3-2 com Mauricio de volta ao meio-campo e Alan Patrick adiantado para o ataque.
Como os dois times iniciaram o Gre-Nal:
Abrindo mão do meia Cristaldo e de ter mais um atacante como Pavon, Renato Portaluppi adotou uma estratégia de marcar em seu campo. A ideia era congestionar o setor e tentar apostar nas escapadas de Gustavo Nunes pela esquerda. Foi por esse lado, mas em um cruzamento que o Grêmio abriu o placar. Após levantamento de Reinaldo, Renê se atrapalhou e mandou contra. O Tricolor, assim, abriu vantagem em um lance que sequer precisou construir uma jogada.
O 1 a 0 cedo favoreceu para a estratégia de Renato. Coudet, então, começou a mexer peças. Mauricio passou a ser quase um homem livre. Primeiro, ele trocou com Wanderson e apareceu no lado esquerdo. No lance do gol, ele ocupa o espaço deixado pela saída de Alan Patrick. Atrás dos volantes e à frente da zaga, o espaço chamado de entrelinha, o camisa 27 recebeu livre, girou e chutou para vencer Marchesín e empatar o Gre-Nal. Esse espaço na entrelinha foi o ponto débil do Grêmio no clássico e aproveitado pelo Inter nos três gols.
Mauricio tem liberdade para dominar e finalizar no 1º gol do Inter:
Alan Patrick ainda teve uma finalização perigosa de dentro da área no primeiro tempo que terminou em 1 a 1. O Inter teve 69,6% de posse de bola e finalizou seis vezes, duas delas no alvo, até o intervalo. Já o Grêmio teve apenas uma finalização, com JP Galvão — o gol contra de Renê não conta como finalização gremista.
Mudanças no segundo tempo
Apesar do placar igualado, Renato percebeu que era preciso mudar para conter a superioridade do Inter. O treinador voltou com uma mexida de posicionamento no meio-campo. Du Queiroz passou a atuar mais recuado, o que deu maior liberdade a Villasanti. O paraguaio aproveitou bem isso para invadir a área do Inter e marcar o 2-1 tricolor no Beira-Rio.
Atrás no placar, Eduardo Coudet fez sua primeira troca com a entrada de Lucas Alario no lugar de Bruno Henrique. Com isso, Alan Patrick foi recuado para virar o meia central com o argentino formando uma dupla de ataque com Valencia.
Como ficou o posicionamento do Inter após a entrada de Alario:
A troca de Coudet foi certeira. Com menos de um minuto em campo, Alario recebeu de Mauricio, girou e finalizou de esquerda para empatar novamente o Gre-Nal. Como Mauricio no primeiro tempo, o argentino conseguiu receber livre no espaço atrás dos volante sem ter nenhum zagueiro o marcando.
Com o placar em 2 a 2, Renato abriu mão de um dos volantes. Dodi saiu para a entrada de Cristian Pavon, que ocupou o mesmo setor direito que o volante vinha jogando. Na mesma troca, André Henrique entrou por JP Galvão. Quinze minutos depois, Nathan Fernandes entrou por Gustavo Nunes em uma troca de extrema por extrema.
Como ficou o Grêmio após as trocas:
A resposta de Coudet às primeiras trocas de Renato foi defensiva. O argentino inicialmente sacou Valencia para a entrada de Bruno Gomes, o que fez Alan Patrick ser adiantado novamente. Isso durou apenas oito minutos até as últimas mudanças. Lucca, Wesley e Rômulo entraram por Mauricio, Wanderson e Aránguiz.
Com o 4-1-3-2 mantido, Lucca formou a dupla de ataque com Alario enquanto Alan Patrick foi novamente recuado para ser o meia central. Nessa posição, o camisa 10 recebeu livre, novamente no espaço entre zagueiros e volantes do Grêmio, para encarar Kannemann e acabar sofrendo o pênalti que definiu a vitória do Inter.
Alan Patrick recebe com liberdade à frente da defesa do Grêmio antes de sofrer o pênalti:
Os dados do Gre-Nal mostram a superioridade do Inter no Beira-Rio. O Colorado terminou a partida com uma posse de bola de 63%, trocou quase o triplo de passes — 467 a 163 — e finalizou mais que o dobro no alvo — sete contra três. Os números são do Footstats.
A estratégia de Renato Portaluppi esteve a segundos de sair do Beira-Rio com um empate diante de um Inter que chegou como favorito ao Gre-Nal. O Grêmio, porém, tem a lamentar de nos três gols sofridos oferecer o mesmo espaço para o time de Eduardo Coudet aproveitar.