Sem a bola rolar em campo, o Gre-Nal 435 teve um bastidor político agitado. Entre indignação por conta das manifestações dos presidentes da Dupla, falta de acordo por uma nova data e sala de entrevistas compartilhadas, ficou acordado em uma reunião com a Federação Gaúcha de Futebol que todos os envolvidos trabalharão para remarcar o jogo que deveria ter acontecido neste sábado, válido pela nona rodada do Gauchão. Jogo foi adiado porque o ônibus da delegação do Grêmio foi alvo de pedrada, que provocou traumatismo craniano no volante Villasanti.
O primeiro ponto de descontentamento começou com a entrevista do presidente do Inter, Alessandro Barcellos no gramado do Beira-Rio. Após prestar solidariedade pelo ataque ao ônibus da delegação do Grêmio, o dirigente citou que uma mudança de data do clássico causaria "desequilíbrio técnico".
— O Inter concorda com a não realização da partida, mas o Inter está preocupado com o desequilíbrio do campeonato. Assim como haveria desequilíbrio hoje, também poderá haver em outro momento — afirmou o dirigente.
Mais tarde, ao ser questionado sobre o que seria o ponto de desequilíbrio, Barcellos esclareceu que poderia ter desfalques por conta de cartões amarelos para a nova data.
— Temos jogadores pendurados, que podem não jogar o próximo Gre-Nal dependendo das circunstâncias. Um desequilíbrio muito diferente, pois se trata de saúde, mas falo de desequilíbrio técnico do campeonato. Isso também foi usado: desequilíbrio técnico do campeonato. Nós também estamos preocupados com o futuro do campeonato — disse.
Com um jogador hospitalizado no momento, e outro em atendimento no vestiário, os dirigentes do Grêmio ficaram incomodados com a manifestação. O clima entre as direções, no entanto, no encontro com o presidente da FGF foi de cordialidade. O encontro teve a presença dos dois presidentes e dos vices de futebol, além de Luciano Hocsman.
O ponto de descontentamento veio na sugestão da direção colorada de remarcar o Gre-Nal para este domingo. A ideia foi prontamente negada por Romildo Bolzan Junior, uma vez que o clube joga na terça-feira (1º) pela Copa do Brasil. Mesmo sem acordo prévio para uma nova data, ficou combinado que o jogo seria remarcado nas datas possíveis.
Pelas informações colhidas por GZH durante a tarde, a decisão de Romildo de não conceder entrevista coletiva ao lado de Barcellos aconteceu ainda pela incomodação com o tom da primeira manifestação do presidente do Inter no gramado.
— O presidente do Internacional tem uma narrativa dos fatos. Nós, de certa forma, não concordamos com todas suas narrativas, mas é um direito que ele tem de expressar. O Grêmio é vítima e uma vítima pesada. Para ser bem franco, o Grêmio sofreu um atentado aqui. E, por ser vítima, o Grêmio vai tomar suas providências. Mas não podemos trocar de papeis — falou Bolzan.
O presidente do Grêmio concedeu entrevista coletiva para explicar a posição do clube sozinho. Ocorreu mais um momento de constrangimento, segundo relatos de que acompanhou a cena, de Barcellos e seus pares de direção entrando na sala de entrevistas do Beira-Rio ainda durante a fala de Bolzan.