Quando jovem, o pequeno Jair queria seguir os passos do pai e tentou carreira como atacante. A trajetória sem grande destaque e interrompida cedo por conta de uma lesão, teve uma passagem pelo Rio Grande do Sul que poderia ter mudado o rumo da vida do agora treinador. Poderia.
No time do Caxias, campeão Gaúcho em 2000, Jair Ventura passou por avaliações durante a pré-temporada. Reprovado por Tite, agora técnico da Seleção Brasileira, ele acabou não fazendo parte da maior conquista da história Grená. Entretanto, 21 anos depois, ele retornou a Caxias do Sul para escrever seu nome em um momento marcante do Juventude, o outro clube da cidade.
A chegada de Ventura ao Estádio Alfredo Jaconi, em outubro do ano passado, foi fundamental para a reação da equipe no Campeonato Brasileiro e a conquista da 16ª posição, que garantiu o Verdão por mais um ano na Série A. Agora, o carioca de 42 anos quer dar sequência ao trabalho, e sua primeira missão será o Campeonato Gaúcho, que finalmente poderá disputar. Embora sua confiança esteja em alta com os torcedores alviverde, não há prestígio maior ao técnico do que de seu pai, Jairzinho, o Furacão da Copa de 1970, campeão do mundo com a Seleção Brasileira.
— O pai sabe que o filho não tem defeito. Mas não é uma aposta, tenho certeza que ele sempre vai alcançar o objetivo dele. É uma pessoa preparada, fala espanhol, francês, inglês. Eu venci pela minha cabeça e quero que ele vença pela cabeça dele — comentou Jairzinho.
Jair Ventura tem em 2022 o desafio de conseguir conduzir um trabalho a longo prazo, algo que não conseguiu fazer quando esteve no comando de Santos, Corinthians e Sport. Por outro lado, seu case de sucesso ainda é o Botafogo, clube que assumiu efetivamente em 2006 e levou para as quartas de final da Copa Libertadores no ano seguinte.