Tão logo a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) definiu o calendário dos jogos do primeiro turno do Campeonato Gaúcho de 2022, nesta quinta-feira (25), torcedores começaram a questionar quais as intenções por trás da repetição dos confrontos e regulamento com os mandos de campo em relação à edição de 2021. Não só quanto a rivalidade, já que o Gre-Nal será no Beira-Rio, mas também sobre as distâncias a serem percorridas por cada time.
— Existem essas teorias, o torcedor é muito passional. Mas com uma pequena comparação com a comparação de 2021, já se mostra exatamente essa inversão (mandos dos clássicos). Estamos tranquilos em relação a isso. E passa longe da federação fazer conta de quantos quilômetros cada equipe vai viajar na fase de grupos. Temos várias outras preocupações mais importantes do que essa — ressaltou o presidente da FGF, Lucianos Hocsman, em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, nesta quinta.
Dois dos causadores dessas viagens maiores são justamente os que subiram da divisão de acesso: Bagé e Frederico Westphalen voltam ao cenário da elite graças ao Gurany e o União. Mais de 500 km separam a maior cidade da região da Campanha da fronteira norte do Estado — cada uma fica a cerca de 400 km de Porto Alegre.
— Subiram duas grandes equipes, que tiveram planejamento e jogaram bom futebol. Nosso Estado é grande, são praças um pouco mais distantes, mas é muito legal ter essa oportunidade. Os times ainda tem alguma dificuldade para voltar a disputar a primeira divisão, mas estão muito dispostos e conscientes para adequar os estádios, a Federação está aí para auxiliar eles e todos os outros —assegurou o dirigente.
São do interior, também, dois dos três homenageados pela edição de 2022 de troféus feitos pela FGF em alusão a pandemia. Não a de covid-19, que bagunçou os calendários e logística das edições 2020 e 2021, mas da de Gripe Espanhola, que em 2018 impediu que o primeiro Campeonato Gaúcho acontecesse. Cruzeiro, 14 de Julho de Santana do Livramento e Brasil-Pel receberão títulos honorários por terem tentado jogar em meio à tragédia sanitária de 1918.
— Quando a Federação completou o centenário, em 2018, fomos surpreendidos por um pedido formulado pelas equipes, que foram até ao TJD. Chegou às minhas mãos e do presidente Noveletto na época, e começamos a trabalhar essa situação. Eu particularmente desconhecia a situação da Gripe Espanhola naqueles anos. Com o livro do centenário, ficamos sabendo como foi. Encontramos no estatuto uma maneira de homenagear as vítimas e jogadores daquela época — declarou.