Verdade que não chegou a ocorrer algum Ba-Gua sem público, mas os times, separadamente, jogaram com estádios vazios. E a mera impossibilidade de acompanhar o time do coração mexeu com a rotina dos torcedores. Acostumados a frequentar arquibancadas, ficaram um ano e meio vendo partidas em streamings ou ouvindo no rádio. Até este domingo (5), no empate em 1 a 1.
— Não tem nada melhor do que estar aqui. Venho à Pedra Moura desde a infância, e fez muita falta ficar todo esse tempo sem vir — disse a advogada Dani Barcellos, 29 anos.
Ao lado dos amigos Alexandre Iserhardt Pinto, Vica Barreto, Camila e Everton Melo, ela torceu, agitou a bandeira, comemorou e reclamou. Exatamente como havia feito em março do ano passado, na última partida com torcida na casa do Bagé. Nesse tempo, criou com esses amigos um programa nas redes sociais, o Papo Jalde-Negro.
Diferentemente dela, o chefe de armazém Rubensmar Colvara não vinha ao estádio de seu time havia pelo menos 34 anos. Natural de Bagé, ele se mudou há três décadas para Cruz Alta, no noroeste gaúcho. Foram mais de quatro horas e meia na estrada para percorrer os 368 quilômetros que separam as duas cidades. Isso só na ida.
— Vinha aqui quando era pequeno. Não podia perder essa chance de voltar agora — declarou.
O futebol com público também conta essas histórias.