Autor do gol do título da Libertadores do Palmeiras em 2020, o atacante Breno Lopes tem relações com o estado muito antes de brilhar com a camisa do Juventude durante o Gauchão e a Série B do Brasileirão do ano passado. Em 2014, o jogador, então com 18 anos, fez um teste no São José, mas acabou sendo reprovado.
Entre possibilidades que se abriram, uma delas foi em Gravataí, pelo Cerâmica, onde foi realizar um teste na equipe comandada por Paulo César Magalhães, então técnico da categoria júnior do clube.
— O Cerâmica naquele ano não ia disputar nenhum campeonato sub-20, mas o seu Décio (dono do clube) resolveu fazer o time e me disse que eu seria o treinador. Numa dessas vindas de jogadores de outros times, me falaram a respeito do Breno, que estava saindo do São José. Isso foi em um dia, no outro ele já estava fazendo teste. Demorei um tempo para aprovar ele e já botei direto no time titular. Destruiu no treino — conta Magalhães.
Naquele ano, no Gauchão sub-19, o Cerâmica chegou a eliminar a equipe do Juventude, comandada por Tiago Nunes, ex-treinador do Athletico-PR e do Corinthians. Perdeu nos mata-matas apenas para o Grêmio, de Everton Cebolinha e Pedro Rocha.
O ex-treinador de Breno revela que sempre acreditou que o jogador fosse deslanchar depois de deixar o time da região metropolitana.
— Eu sabia que não seria com a gente, mas em uma outra oportunidade, em um clube maior, sabia que ele se daria bem. À época, chegou a existir uma sondagem do Grêmio quanto a ele, mas acabaram não dando sequência — completa.
Ao final daquela disputa, o Cerâmica liberou os jogadores da equipe, que seguiram suas trajetórias. Breno acabou indo para o Joinville, onde se profissionalizou. Em 2018, voltou ao Rio Grande do Sul para defender o Juventude, fez um Gauchão acima da média e vinha fazendo uma Série B fora da curva, naquele que é considerado o seu começo para atingir o patamar em que chegou atualmente.
As boas atuações chamaram a atenção do Palmeiras, que, em novembro de 2020, o contratou. O resto, a história já conta. O Ju recebeu R$ 7,2 milhões pela negociação. E ainda segue com 20% dos direitos econômicos do atleta.