O reinício de trabalho da dupla Gre-Nal reacendeu o debate sobre a possibilidade de voltar o futebol no Rio Grande do Sul. Grêmio e Inter são os únicos a voltar, já que o São José, apesar de ter a liberação da prefeitura de Porto Alegre, aguardará a decisão que sairá da reunião com a Federação Gaúcha antes de voltar a treinar no Passo D'Areia.
De um lado, o Brasil vê o aumento diário dos casos de covid-19 e caminha para se tornar o epicentro mundial da doença. Do outro, a falta de jogos impede os clubes de ter renda para pagar os salários dos profissionais.
GaúchaZH consultou atletas de todos os times do Interior envolvidos no Gauchão. As opiniões deles não refletem necessariamente às dos clubes. O São José pediu que os atletas evitassem manifestações porque estão em férias até esta terça-feira.
Aimoré — Bruno Ferreira (lateral-direito)
"Sabemos que a situação não está fácil em relação à covid-19, porém, se for de comum acordo geral entre todos os clubes para a retomada do campeonato, tendo as devidas precauções, acho que poderia voltar daqui a um pouco. A parte financeira é importante, tem muitos jogadores com contrato curto, e esse retorno ajuda os profissionais que não estão em clubes de maior expressão."
Brasil-Pel — Leandro Leite (volante)
"Todos sabemos que o momento que estamos passando é deliciado, mas acho que se tivemos todos cuidados possíveis e condição para voltar tomando as medidas necessárias, acho que seria bom voltar."
Caxias — Gilmar (centroavante)
"Concordo com a volta se os órgãos públicos se responsabilizarem e garantirem nossa saúde. Caso contrário, não concordo. É muito sério o que estamos vivendo."
Esportivo — Renan (goleiro)
"Sinceramente, não sei o que responder. Acho que as informações teriam que ser claras, tanto dos governantes quanto da FGF, até para não acontecer de alguns voltarem e outros não, ou até mesmo o que passou conosco, de voltar a treinar e em três dias paralisar novamente."
Juventude — Marcelo Carné (goleiro)
"Não concordo. Minha justificativa é bem simples. Na época que parou o campeonato, no dia 14 de março, tinha cerca de 100 casos no Brasil. Hoje, são mais de 6 mil e muitos com suspeita. Então, hoje a exposição é muito maior. Já foi descartado que não é só grupo de risco que pode morrer, inclusive teve um jogador na França entubado. Então, acredito isso por si só diz muito. Os jogos precisam de deslocamento, de concentração e tudo isso expõe os jogadores, por isso não concordo. Se acontecer o retorno, vai ser de uma irresponsabilidade muito grande."
Novo Hamburgo — Romano (lateral-esquerdo)
"Estava conversando com meus companheiros e falamos sobre essa situação, da volta ou não. Falo por mim: se não voltar o futebol, irei buscar outra fonte de sustento para minha família. Terei de me colocar em risco de qualquer forma, então prefiro me colocar em risco fazendo o que amo e dentro de todas as normas. Muitas pessoas são contra, e eu respeito, assim como elas devem respeitar minha opinião sem julgarem."
Pelotas — Felipe Chaves (zagueiro)
"Sinceramente, se eu pudesse, já estaria trabalhando. Acho que, se tomarmos os devidos cuidados, poderíamos, sim, voltar a jogar."
São Luiz — Michel (centroavante)
"Gostaria que voltasse o futebol, se tivermos toda a segurança. Para nós, atletas do Interior, está muito difícil a situação financeira."
Ypiranga — Clayton (volante)
"Não acho q seja o momento de voltar. É uma situação delicada para todos, financeiramente está sendo difícil, porque dependo do futebol, é a única renda que tenho. Mas penso primeiro na minha família e confesso que estou com receio do retorno."