O Linense surpreendeu quando chegou a um acordo com o São Paulo para jogar duas vezes no Morumbi e dividir a renda das quartas de final do Paulistão. E a eliminação com 7 a 0 no placar agregado não impediu o time do interior paulista de virar exemplo pelo país.
– A tomada de decisão na segunda-feira é sempre muito fácil. Se tivesse vencido no domingo, iria falar que não (me arrependo). Mas não me arrependo da decisão tomada, porque ela foi feita em conjunto com a diretoria. O que posso dizer é que aprendi alguns pontos – disse José Hugo Moreira, presidente do Linense em entrevista à ESPN.
Leia mais:
"Não conto com nossa torcida", diz vice do Novo Hamburgo
Gustavo Manhago: Novo Hamburgo erra se sair do Vale?
São Paulo-RG confirma participação na Série D
O Linense alegou que não poderia jogar em seu próprio estádio e, já que teria que atuar em outro campo de qualquer forma, o Morumbi seria a melhor opção financeira.
E, nos últimos dias, os episódios de alterações nos locais dos jogos se tornaram mais comuns. A URT viveu situação parecida no Campeonato Mineiro. Como o Estádio Zama Maciel não atende a capacidade mínima de 10 mil torcedores exigida para o mata-mata e o Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz, do Mamoré, não foi aprovado, o time de Patos de Minas foi forçado a mandar a semifinal contra o Atlético-MG no Mineirão – o jogo de volta, com mando do Galo, será no Independência.
– Eu tinha indicado o Estádio Bernardo Rubinger, mas o gramado não oferece condições. Em Uberlândia, eu não quis. E o Mineirão já tinha sido indicação da URT no Congresso Técnico da Federação Mineira de Futebol. Vamos receber um valor fixo de uma empresa, além de um percentual da renda da partida – explicou o presidente da URT, Roberto Túlio Miranda, em entrevista à Rádio Inconfidência.
O Novo Hamburgo também cogita sair do Estádio do Vale para enfrentar o Grêmio na semifinal do Gauchão. Apesar de sua casa ter a capacidade exigida pela Federação Gaúcha, a direção indicou a baixa média de público durante o campeonato e a necessidade de arrecadação para analisar uma eventual mudança do local para o Beira-Rio.
– Com a nossa torcida, eu não conto. O Novo Hamburgo pode jogar a final do Mundial de Clubes e só vão 2 mil no estádio. É uma vergonha. E ainda ficam me cobrando nas ruas e nas redes sociais. (...) Tenho que pensar no amanhã do clube. Sabe quanto eu tenho em caixa para disputar a Série D? Só os R$ 30 mil mensais do Banrisul. E o resto? – argumentou Everton Cury, vice-presidente de futebol do Noia.
Em nível nacional, a CBF chegou a determinar que os times não poderão mandar jogos fora de seus estados no Brasileirão – no entanto, a decisão está sob revisão a pedido dos clubes e deve ser revertida.
*ZHESPORTES