Mede 25 centímetros o estopim da mais nova polêmica do Gauchão 2017. Foi por essa medida que o Corpo de Bombeiros ainda não libertou o plano de prevenção contra incêndio (PPCI) do Estádio Passo D'Areia. A exigência é de que os degraus das arquibancadas à direita e à frente do pavilhão social tenham 75cm de altura, conforme as exigências legais.
Inauguradas em 2001 e em 2007, as arquibancadas têm lances de 50cm. Segundo o gerente executivo do São José, João Lock, o Corpo de Bombeiros deu duas sugestões ao clube: implodir os dois espaços ou fazer, de cada dois degraus, um e instalar nele barras de proteção. Como não há tempo hábil para uma reforma deste tamanho, nem estudos técnicos que permitam colocar mais concreto nas arquibancadas, o São José tem jogado sem torcida.
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Sua única partida com portões abertos foi contra o Ypiranga, em Gravataí, para 36 pagantes. O clube tentou liberar apenas seu pavilhão, com 2,4 mil lugares, mas teve a solicitação negada. Pleiteou o uso de 500 lugares. Não levou.
O Ministério Público entrou com ação solicitando a proibição de que a FGF realize jogos com portões fechados. Um termo de ajustamento de conduta entre o MP e a entidade será assinado e terá anuência de todos os clubes das três divisões do Estado. Por isso, São José x Inter foi marcado para o Estádio do Vale.
Mesmo com a possibilidade de jogar diante de bom público no domingo, a medida não satisfez plenamente o São José. A BM exigiu que sua torcida ocupe os 4 mil lugares do pavilhão social. Mesmo que, como disse João Lock por telefone, foi avisado à Brigada de que bastavam 100 lugares para o Zequinha. Assim, o Inter terá 1,5 mil lugares no estádio, e o Zequinha, 3,5 mil.
Como já jogou a Série D fora do Passo D'Areia e diante da perspectiva de seguir desta forma em 2017, o Grupo Aspecir, que administra o futebol do clube, estuda rescindir o contrato e suspender os investimentos em futebol no São José. O acordo vai até o final de 2018, mas há cláusula que permite abortar o projeto a 90 dias do final do ano.
A parceria tem dado resultados em campo, com boas campanhas no Gauchão, e fez do clube uma força na base. A partir deste ano, o São José voltou a ter time sub-20 – até 2016, tinha até o sub-17 e recebia boa parte dos guris que perdiam espaço na Dupla.
Cafezinho
Estamos recém em 23 de março e o tom das reclamações e polêmicas do Gauchão deste ano concedem-lhe um valor de Copa do Mundo. Para um campeonato que já foi tratado com desdém e até chamado de cafezinho, ver a sanha de dirigentes contra as arbitragens e as reclamações de perseguição mostram que abril será trepidante por esses pagos.
*ZHESPORTES