Oito anos se passaram. Elias era uma criança de 12 anos naquele fatídico 4 de maio de 2008, quando o Juventude levou uma humilhante goleada de 8 a 1 do Inter no Estádio Beira-Rio. Até então, a última final de Gauchão do Juventude. Depois disso, o time chegou apenas a uma decisão de segundo turno em 2013, contra o mesmo Inter, no Centenário, e com derrota nos pênaltis. Mas o guri cresceu e sonha em dar o troco. Não na mesma moeda, porque isso é inimaginável, mas tomando o título na casa do algoz de oito anos atrás.
– Eu tinha 12 anos e vi aquilo. Agora, temos a chance de tentar o título de novo. Chegamos com humildade, batalhamos muito para chegar à final. Nossa equipe tem espírito de vencedor, se entrega em campo, um joga pelo outro. O clube passa por uma reestruturação e nós abraçamos isso para que esse ano a gente possa fazer alguma coisa diferente pelo clube. Fui criado no Juventude. Sou de Vacaria e amo esse clube. Eu e minha família – disse o paredão de 20 anos.
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Com uma atuação de luxo, com defesas em sequência, sorte, talento, perícia e muita dedicação, Elias e companhia fizeram história neste domingo na Arena. Eles acreditaram do início ao fim, mesmo quando tudo indicava durante o jogo que o Grêmio reverteria o resultado. Elias pensou na família enquanto Giuliano, Bolaños, Luan e Henrique Almeida tentavam o quarto e decisivo gol:
– Dedico para a minha esposa, minha família, meu pai, minha mãe, meu irmão, minha irmã. Minha motivação vem de casa. É a base de tudo. Essa partida na Arena é dedicada a eles.
Agora, o menino quer a taça. Passa o favoritismo para o Inter, o maior campeão da história do Gauchão, mas não deixa de acreditar. Assim como acreditou que era possível contra o Grêmio.
– É um clube de Série A do Brasileirão, é um time grande, o favoritismo é deles. Somos da Série C, mas vamos em busca do título. Respeitamos o Inter, mas queremos ganhar.
* PIONEIRO