Clemer começa nesta quarta-feira uma nova trajetória em sua carreira. Depois de meia década em comissões técnicas no Inter, o ídolo colorado dá início ao seu primeiro trabalho como treinador fora do Beira-Rio. O ex-goleiro se apresenta às 16h ao Glória com um projeto para montar um elenco e brigar não apenas para seguir na elite do futebol gaúcho, mas para buscar o título do Interior.
Seduzido pela estrutura apresentada pelo clube de Vacaria para os padrões do Gauchão, Clemer vê no trabalho a oportunidade de mostrar que está pronto para a função. O objetivo a longo prazo, ele assegura, é conquistar um título nacional, algo que lhe faltou na carreira: "O Internacional só vai ser campeão brasileiro quando eu for o treinador", brinca, animado com a nova chance.
Na base do Inter, foram nove títulos em 11 finais. Agora, o planejamento que inclui a indicação de jogadores começa a ser executado no dia 7 de dezembro, quando o Glória inicia a pré-temporada.
Como foi a negociação para assumir o Glória?
Tive uma primeira conversa bem rápida com o presidente. Ele disse que haveria interesse, falei que deveríamos conversar pessoalmente. Ele me apresentou todo o projeto que o Glória tem, com recuperação de estádio, patrocinadores que vão ajudar o clube na formação de um time forte. A ideia é que eu indique alguns jogadores para que nós possamos fazer um time competitivo. Achei o projeto bem legal, a cidade está empolgada com a minha chegada.
O que o Glória quer no Gauchão?
A direção não pensa apenas em ficar na primeira divisão, quer se classificar entre os oito. A maioria dos clubes do Interior pensa em ficar na primeira divisão. Queremos fazer um campeonato forte, a cidade está bastante empolgada. Vamos fazer um time competitivo dentro das condições do Glória. O Glória não tem dívida nenhuma, está sanado, paga em dia e quinzenalmente. O jogador sente um atrativo para atuar lá.
Como tu te sentes para iniciar um projeto em um time com uma estrutura menor?
Eu comecei a jogar futebol em clubes pequenos. Sei que dá para melhor muita coisa para poder crescer em termos de estrutura, sala de musculação, campo de treinamento. Vamos aproveitar o período de pré-temporada. Tem uma base do time que subiu, jogadores que se destacaram e vamos olhar também. Alguns vão permanecer porque o acesso não é fácil e eles conseguiram, mas a primeira divisão é totalmente diferente.
É um ambiente diferente voltar a trabalhar com profissionais depois de tanto tempo na base?
Eu sempre falo que estou preparado e faltava apenas uma oportunidade. Trabalhei em todas as categorias, inclusive no principal do Internacional, que estava em um momento complicado (final de 2013). Todos os clubes pequenos têm essas dificuldades, mas na forma de trabalho podemos contornar tudo isso.
Como ficou tua relação com o Inter e com a torcida?
Tenho uma relação muito boa com a torcida. Fui um ídolo, ganhei quase todos os títulos. O Inter me ajudou muito. À instituição eu devo muito, foi o clube em que consegui mais, a torcida me abraçou. As pessoas passam e o clube fica. Não posso falar nada do Internacional.
Qual o teu objetivo a longo prazo como treinador?
O objetivo de qualquer treinador é buscar uma melhora no seu trabalho e eu não sou diferente. O Inter é um clube que todo o treinador quer trabalhar. Qualquer time grande é onde o treinador quer estar. Abel Braga e Muricy Ramalho foram técnicos com quem eu trabalhei, que cresceram e com quem aprendi muito. Eu brinco que o Internacional só vai ser campeão brasileiro quando eu for o treinador. Fui vice-campeão brasileiro três vezes como jogador, quero ser campeão como treinador.
*ZHESPORTES