Ao menos dois episódios da partida contra a Yeesco Futsal podem prejudicar a Uruguaianense no futuro. A derrota no Ginásio Schmittão, em Uruguaiana, neste sábado (23), pela semifinal do Gauchão de Futsal, foi marcada pela tensão, em especial na relação entre torcedores e atletas da equipe visitante.
Quando faltavam 14 minutos para o final da partida, Léo Borges disputou a bola no fundo da quadra com o goleiro Canton. O ala da Yeesco Futsal se enroscou com o adversário na frente de torcedores que estavam em pé junto à tela e acabou empurrado por um deles. A situação deve constar na súmula como agressão, segundo Zero Hora apurou com a arbitragem ainda no ginásio, antes da divulgação oficial do documento.
O lance desencadeou uma confusão generalizada que causou paralisação de, aproximadamente, cinco minutos. Integrantes de ambas as comissões técnicas se envolveram, assim como jogadores, e os guardas municipais presentes tiveram de entrar em quadra para garantir a segurança da arbitragem.
— Aqui em Uruguaiana acho que não tem jogo tranquilo. A torcida vem, comparece, dá um show, aplaude, apoia, briga. Esse é o futsal. Às vezes, extrapola um pouco. A gente sabia da dificuldade de enfrentar a Uruguaianense aqui. Esse ano, em casa, eles perderam somente duas partidas. Foram os dois jogos contra a gente. A gente vem preparado. Graças a Deus deu tudo certo — disse Léo Borges a Zero Hora depois do jogo.
Também no segundo tempo, quem estava no banco da Yeesco Futsal reclamou que líquidos teriam sido arremessados na sua direção. O espaço para a comissão técnica e atletas ficava abaixo da arquibancada. O jogo foi interrompido ao menos duas vezes para que o local fosse seco, e a arbitragem e até representantes da própria Uruguainense tiveram de pedir para que o comportamento não se repetisse.
Para o técnico da Uruguaianense, as constantes pausas em função de reclamações ou dos "empurra-empurras" podem ter prejudicado a equipe da casa, que esteve em desvantagem no placar na maior parte do tempo. Contudo, para Keké, esses contratempos não foram decisivos para o resultado final de 4 a 1 para a Yeesco Futsal.
— Em parte, prejudica. Aqui sempre é assim. Não estou duvidando da equipe adversária, mas já aconteceu diversas vezes aqui de a equipe adversária jogar água na quadra e acabar culpando a torcida. Mas, enfim, aqui a nossa torcida vive o jogo a todo momento. Ela é o sexto jogador. Faz a diferença. Ganhou diversos jogos para nós. Bola para frente. A gente já está acostumado. Não foi fator determinante para a nossa derrota — avaliou o técnico Keké.
Essas e outras situações, como o uso de trompete pela torcida organizada — o que é proibido —, vão para a súmula. O documento será analisado por um procurador do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) para que, depois, sejam julgados e, se esse for o entendimento, alguma penalização seja aplicada. Por enquanto, não há data prevista para que isso ocorra.
Ao longo do jogo, cartões não faltaram. Foram nove. O auxiliar técnico de Keké, Frederico Flores, foi expulso. Pela Uruguaianense, ainda receberam amarelo um massagista e o pivô Vincenzo. Já pela Yeesco foram amarelados os goleiros Angelo e Sangaletti, o fixo Farinha, o pivô Rick, o ala/pivô Bieh e o auxiliar técnico José Damasceno.
Os ingressos se esgotaram ainda durante a tarde de sábado. Conforme o presidente da Uruguaianense, Biro Almeida, a estimativa de público era de pouco mais de 1,4 mil pessoas.
A Uruguaianense volta ao Ginásio Schmittão na próxima quarta-feira (27), às 20h, pelo primeiro jogo da final da Copa dos Pampas. O adversário é o Horizontina. A partida não deve ser impactada pelo que ocorreu no Gauchão.
Uruguaianense e Yeesco Futsal se enfrentam novamente no domingo (1º), às 11h, no Ginásio do Sest Senat, em Carazinho. Após a vitória na Fronteira Oeste, a Yeesco Futsal se classifica para a final com um empate. Já a Uruguaianense precisa vencer no tempo normal para levar o duelo à prorrogação.