Casa do time da Faculdade Sogipa, Porto Alegre recebe o segundo jogo da final da Série Prata de futsal feminino neste domingo (7). A equipe mandante encara a SER Nevoeiro a partir das 16h, no ginásio do Colégio Murialdo, no bairro São José. A entrada será gratuita.
No jogo de ida, em Rio Grande, a Faculdade Sogipa venceu por 4 a 3. Agora, a SER Nevoeiro precisa vencer no tempo normal para levar o duelo para a prorrogação. Quem vencer no tempo extra, fica com o título. Em caso de igualdade no placar, a decisão será nos pênaltis.
Apesar da vitória no primeiro jogo, a fixa da Sogipa Bianca Garcia conta que a equipe porto-alegrense sofreu na casa do Nevoeiro:
— Nós tivemos dificuldade com a quadra. As proporções dela são muito diferentes de onde treinamentos e jogamos. Dávamos um passe e já estávamos coladas uma das outras. Não conseguimos jogar com agilidade. Agora, na nossa casa, onde estamos acostumadas, acredito que vamos propor o jogo e ter mais leveza.
No primeiro duelo, a equipe da SER Nevoeiro sentiu o que classifica como "diferença estrutural" entre os times. Enquanto a Sogipa tem o suporte da faculdade para treinar, as gurias de Rio Grande não conseguem manter uma rotina dedicada ao esporte.
— O time da Sogipa é uma grande equipe, que treina bastante, tem suporte. Aqui na SER Nevoeiro não conseguimos treinar todos os dias porque as meninas ainda não vivem de futsal e precisam trabalhar. Não temos quadras sem custo para treinar. Pagamos transporte para viajar. Na ida, foi um grande jogo. No domingo, será outro grande jogo para o futsal feminino — afirma Arielle Castro, jogadora que, por estar grávida, ocupa a função de auxiliar técnica na SER Nevoeiro atualmente.
Visibilidade
Mais do que uma competição esportiva, a Série Prata de futsal feminino serve para ampliar o espaço das mulheres dentro da modalidade. Além da Série Ouro, a Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS) organiza a Copa RS, que está em andamento. Outra entidade que promove torneios no Estado, a Liga Gaúcha realiza o Gauchão Feminino. Contudo, melhorias são aguardadas.
— As mulheres vêm conquistando o seu espaço com o passar do tempo, tanto na sociedade como no esporte, mas ainda há muitas coisas para melhorar no futsal, como a valorização financeira das atletas, a estrutura e a facilidade para treinar. Muitas não conseguem se tornar atletas profissionais. Hoje, aqui no Rio Grande do Sul, existem algumas competições com visibilidade para todos os times do Brasil, como a Série Ouro, da Federação Gaúcha, mas ainda falta estrutura para quem quer ser atleta. Eu acredito que precisamos ser mais valorizadas. O Rio Grande do Sul está atrás de outros estados — opina Arielle.
Para Bianca, as gurias merecem mais visibilidade. A falta de estrutura para treinamentos e jogos também é um crítica da atleta.
— Eu acho que o futsal feminino ainda é algo muito amador, com pouca visibilidade, principalmente aqui em Porto Alegre. Nós não temos muitas quadras do governo para utilizar em competições, algo que iria ajudar muito a trazer essa visibilidade importantíssima — destaca.
SER Nevoeiro, Jaguarão Futsal e Riograndense foram as equipes que conquistaram vagas na Série Ouro do próximo ano. A Sogipa utiliza um "time B", sub-20, para a disputa da Série Prata e já participa da Ouro com o grupo principal.