Com a tranquilidade de quem vai para sua terceira Copa do Mundo como treinadora, Pia Sundhage convocou nesta terça-feira (27) a Seleção Brasileira feminina para a disputa do Mundial na Austrália e na Nova Zelândia, com início em 20 de julho. A lista com 23 nomes, mais três suplentes, é um reflexo do trabalho dos últimos quatro anos da sueca.
Serão 11 jogadores estreantes em Copas. Primeira mulher a comandar a equipe brasileira no torneio, Pia acredita ter montado um time coeso. Ela também enfatizou que tem diversas jogadoras que podem atuar em mais de uma posição.
— Estamos animadas porque quase metade do time nunca foi para uma Copa do Mundo. Há muitos sonhos com essas jogadoras jovens. E as jogadoras mais experientes trarão a experiência ao time. Após quatro anos, acredito que esse seja o momento perfeito para irmos à Copa do Mundo e continuar com o nosso sonho — opinou.
A principal novidade é Bárbara. A experiente goleira vinha ficando de fora das últimas convocações. Sua experiência foi o fator principal para o retorno. Pia explicou a escolha.
— A Lelê, a nossa titular, precisa de apoio. Toda a experiência da Bárbara e a juventude da Camila vão fazer a Lelê brilhar. Isso é ser uma jogadora de equipe — avaliou.
Tainara e Mônica
— A Tainara teve um pouco de azar com lesões. Respeito muito os jogos, e ela não tem jogado desde o fim de abril. Para substituir ela, precisávamos de experiência, e Mônica tem jogado todas as semanas e é uma grande líder. Ela vai ajudar o time com a sua experiência
Marta
Principal nome do lista, Marta vai para a sua sexta Copa, ficando atrás apenas de Formiga, que atuou em sete edições. Apesar de todo o histórico, ela não tem o status de titular no momento.
— A Marta é a rainha, é um ícone. Só ter ela por perto é contagioso. Ela é generosa e tem muita energia. No passe final, ela é uma das melhores. Ter a chance de jogar com ela é importante. Se ela será titular? Ainda não sei — destacou Pia.
Ela elencou as razões que fazem Marta, aos 37 anos e eleita seis vezes a melhor do Mundo, não ser no momento uma titular absoluta.
— Treinei a Marta em 2018, nos Estados Unidos. Ela era brilhante. Ela não domina mais o jogo como antigamente por dois motivos. Ela está um pouco mais velha, não é mais tão rápida. Com a velocidade de hoje em dia, é difícil qualquer jogador ser dominante como a Marta foi. Também estamos jogando com jogadoras diferentes. Contra a Alemanha e a Inglaterra, ela não esteve presente, e esses jogos nos deram muita confiança.
A ausência de Cristiane, outra veterana da Seleção, não foi comentada pela sueca. A técnica optou por comentar apenas sobre as jogadoras que foram relacionadas para o torneio.
O Brasil está no Grupo F da Copa do Mundo. A trajetória em busca do título inédito começa em 24 de julho, contra o Panamá. Os adversários da sequência serão França, na segunda rodada, e Jamaica, no fechamento da primeira fase. A treinadora analisou a chave brasileira:
— A primeira coisa que fizemos foi olhar o Panamá. No primeiro jogo, nunca se sabe o que vai acontecer. Terá muita ansiedade. Algumas jogadoras podem ficar nervosas. É importante trazer o coração brasileiro e a animação. Depois, vamos nos preparar para a França. É apontada como a melhor equipe do grupo, ainda não ganhamos da França. Vejo que temos uma chance. Depois, o jogo mais importante é contra a Jamaica. São adversário muitos diferentes. Precisamos ter equilíbrio.