Após ter a carreira como jogador de futebol abreviada por conta de lesões, Muricy Ramalho construiu uma trajetória vitoriosa como técnico. Quatro vezes campeão do Brasileirão e uma da Libertadores, só para citar os títulos de maior destaque, se aposentou da beira do gramado em 2016. Desde 2021, exerce a função de coordenador-técnico do São Paulo.
Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, na noite desta segunda-feira (19), o profissional, que treinou o Inter em duas oportunidades entre os anos de 2003 e 2005, comentou o trabalho de Tite à frente da Seleção Brasileira.
— Na (Copa da) Rússia fomos pegos de surpresa em relação a Bélgica. Às vezes falta um pouco de experiência, até mesmo com os treinadores. Eu concordei com a manutenção do Tite. A preparação foi boa. Ele deixou um legado, com vários jogadores que não pensávamos. Ele mudou completamente a forma de jogar. Era um time muito vertical e intenso — destacou, lamentando a eliminação para a Croácia:
— Copa do Mundo é complicada. São detalhes. A gente podia estar falando do Brasil campeão. O técnico não tem 100% do time na mão. Depende dos jogadores. Nós pecamos por detalhes.
Muricy Ramalho foi escolhido pela CBF para dirigir o Brasil em 2010. No entanto, não obteve a liberação do Fluminense e decidiu respeitar o contrato com o clube carioca.
A respeito da busca por um substituto para Tite, citou o nome de Pep Guardiola como a melhor opção. Contudo, Muricy Ramalho não acredita que o espanhol aceite um eventual convite.
— O Brasil é um dos maiores do mundo e tem de ter o melhor (treinador). Se você vai buscar fora, tem um nome, que claro que não vai vir, que é o Guardiola. Mas esse não vem, primeiro pelo o que ele ganha lá. Nós temos aqui alguns treinadores com condições de dirigir. O grande problema é o dia a dia. Alguns técnicos precisam disso. E na Seleção (Brasileira) você não tem. É difícil falar um nome, mas temos treinadores com condições — pontuou.