A pergunta que todos nós ainda fazemos sobre a eliminação do Brasil ribomba também na cabeça de quem pensa e analisa o futebol nesta Copa. Em entrevista coletiva do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, liderado por Arsène Wenger e formado por ex-jogadores e pelo técnico italiano Alberto Zacheroni, o alemão Jürgen Klinsmann disse ainda procurar entender a queda da Seleção para a Croácia. Porém, em um ponto, ele foi direto como era nos tempos de centroavante:
— Estávamos falando com nossos colegas ex-goleiros (Farid Mondragón e Pascal Zuberbühler). O melhor é eleger o principal batedor para o primeiro pênalti. O melhor para marcar primeiro. Esse foi um motivo. É muito triste ver como acabou eliminado o Brasil.
Segundo Klinsmann, em sua longa resposta, os integrantes do Grupo de Estudos Técnicos traçaram um paralelo com o que aconteceu no confronto Argentina x Holanda. Nesse caso, sustenta, os argentinos tiveram tempo para se recuperar mentalmente do gol sofrido nos acréscimos. Houve meia hora de prorrogação até a decisão nos pênaltis, aberta por Messi e Van Dijk, as duas referências de suas seleções. No caso do Brasil, empate a três minutos do final liquidou o moral para as cobranças de pênalti.
— Eu diria que o Brasil, depois de tomar o gol, não teve tempo para trocar o chip, foi um duro golpe sofre o empate nos últimos minutos. Não há tempo para processar, digerir o gol, encontrar ânimo para os pênaltis. Você não tem mais essa positividade. Não houve tempo para recuperar. A Argentina, na comparação, estava com a mentalidade mais positiva — disse Klinsmann.
A entrevista foi concedida ao meio-dia aqui em Doha e serviu como um balanço do que vimos na Copa até essa semifinal. Participaram, Klinsmann, Zacheroni, o ex-meio-campista e técnico nigeriano Sunday Oliseh, o ex-lateral sul-coreano Du-Ri-Cha, e os ex-goleiros Pascal Zuberbühler, suíço, e Mondragón, colombiano e jogador mais velho a disputar um jogo de Copa, aos 43 anos.