Por medo de punições, a braçadeira do arco-íris não será utilizada nos jogos da Copa do Mundo da Catar. Os capitães da Inglaterra, Harry Kane, e Virgil Van Dijk, da Holanda, por exemplo, manifestaram o desejo de utilizar a faixa, símbolo de apoio à comunidade LGBT, nos jogos desta segunda (21). Porém, as suas respectivas seleções temeram represálias e orientaram que os jogadores voltassem atrás na decisão.
Além do inglês e do holandês, os capitães de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha e Suíça também pretendiam utilizar a braçadeira, com o intuito de protestar contra as políticas discriminatórias do governo do Catar contra os homossexuais. Contudo, as sete seleções em questão divulgaram uma nota conjunta nesta segunda (21) informando que o gesto não será realizado, por receio de punição.
"A Fifa tem sido muito clara que vai impor sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição na qual poderiam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões. Então, pedimos aos capitães que não tentem vestir as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo" diz a nota.
O regulamento da Fifa estabelece que os capitães devem utilizar uma braçadeira padronizada, sem deixar claro qual seria a punição em caso de desobediência. As federações que assinaram a nota informaram que solicitaram uma autorização à entidade para que a braçadeira do arco-íris fosse utilizada, mas alegam não terem recebido uma resposta.
Lloris comenta decisão da FIFA em barrar braçadeiras de capitães contra a homofobia na Copa do Mundo: "Cabe a eles tomar essa decisão"
Antes da divulgação da nota, o capitão da Holanda, Virgil Van Dijk, já havia manifestado preocupação com o risco de ser punido.
— A minha intenção é utilizar a braçadeira do arco-íris. Nada mudou no meu ponto de vista. Porém, se eu for receber um cartão amarelo por isso, teremos que discutir, porque eu não gostaria de já começar o jogo com um amarelo — declarou o zagueiro, na coletiva oficial do jogo contra Senegal, que será às 13h (horário de Brasília), no Al Thumama Stadium, também em Doha.
Já o capitão da França, Hugo Lloris, que entrará em campo nesta terça (22), contra a Austrália, avisou que as regras da Fifa devem ser respeitadas e que não tem a inteção de utilizar a braçadeira do arco-íris.
— Sou um jogador que defende esta causa, que é importante e recomendável. Mas, a organizadora da competição é a Fifa e cabe a ela determinar as regras. Eu posso concordar ou discordar delas, mas tenho que respeitar — declarou Lloris.
Oficialmente, a Fifa nega que o veto à braçadeira do arco-íris ocorra por conta das políticas do governo do Catar contra a comunidade LGBT. Segundo a entidade, o regulamento prevê que todos os capitães utilizem uma faixa padrão, com uma mensagem humanitária. A norma, contudo, é considerada por ativistas uma espécie de "censura disfarçada" contra as manifestações favoráveis aos homossexuais.