Brasil e Argentina já começaram a Copa do Mundo em vantagem. Ao menos, no quesito torcida. Nesta sexta (18), a dois dias da abertura do Mundial, brasileiros e argentinos eram maioria no setor de desembarque do aeroporto de Doha, despertando a curiosidade dos funcionários do setor de migração, que pararam o serviço para registrar vídeos e fotos, sobretudo dos cânticos brasileiros. Apesar de pouco acostumados com a irreverência sul-americana, nenhum cidadão local demonstrou qualquer tipo de incômodo com a agitação.
— Que loucura. Foi assim durante o voo inteiro? Como vocês conseguiram dormir? —perguntou a este repórter a funcionária do aeroporto responsável pelo controle de passaporte, no setor de migração.
Segundo ela, apenas os torcedores de Gana até agora tinham apresentado um comportamento similar. Ainda assim, com muito menos agito do que os brasileiros. Os demais fãs que desembarcaram no país da Copa, por outro lado, vêm adotando uma postura mais discreta.
No voo que transportou parte do equipe do Grupo RBS de São Paulo a Doha, torcedores do Movimento Verde Amarelo, uma espécie de torcida organizada da Seleção Brasileira, a todo momento entoaram cânticos típicos dos estádios nacionais, sobretudo com provocações aos argentinos, que eram minoria na aeronave. O fato foi registrado nas redes sociais inclusive pelo ex-jogador argentino Kun Agüero, que estava a bordo do voo e, viajando na primeira classe, não concedeu entrevistas.
— A chegada foi uma festa. O pessoal daqui, sempre que via os brasileiros, ficava impressionado. Estou muito feliz, pois esta é a minha primeira Copa, estou muito confiante no hexa — disse a GZH o influenciador digital gaúcho Lucca Maciel, 22 anos, natural de Itaqui e morador de São Paulo.
Na sequência, um voo procedente de Madrid trouxe dezenas de torcedores argentinos, a maior parte deles identificados com camisetas e bandeiras. Neste avião, por sua vez, os brasileiros foram minoria.
— Tinha muito argentino no nosso voo. Mas foi tudo muito tranquilo — explicou o músico gaúcho Leko Bertoldo, 29 anos, natural de Ijuí, que também se prepara para assistir ao seu primeiro Mundial.
Já o empresário argentino Miguel Ángel Tito, 64 anos, demonstrou satisfação com o ambiente pacífico entre argentinos e brasileiros e com a boa convivência com torcedores de outros países.
— O futebol é uma forma de juntar o mundo. Acredito que, sediando a Copa 2022, o mundo árabe está unindo vários povos, raças e religiões. O esporte para mim é isso — declarou.
Cotados como favoritos para ganhar a Copa, Brasil e Argentina já são destaques antes mesmo de a bola começar a rolar.