O nacionalismo é uma das principais características do povo da Croácia, país que se tornou independente há apenas 27 anos. O orgulho de ser croata é considerado pela população local um dos principais trunfos do time do técnico Zlatko Dalic para derrotar a França e conquistar a Copa do Mundo 2018. Alguns chegam a utilizar o patriotismo para explicar como uma nação de apenas 4,1 milhões de habitantes chegou à final do Mundial.
— É difícil explicar como a Croácia produz esse tipo de jogadores, como Rakitic, Modric e Perisic. O investimento em futebol é muito pequeno. Os políticos aqui não se preocupam com esporte. Nós não temos uma boa infra-estrutura. Mas todos os jogadores individualmente têm um grande coração e mostraram isso na Rússia. Eles estão fazendo isso pelo orgulho que têm do país. O coração deles é a nossa maior força — afirma o jornalista Damir Dobrinic, do jornal Sportkes Novotni.
O patriotismo croata está presente até mesmo nas declarações dos torcedores sobre a grande final deste domingo, em Moscou.
— Nós somos um tipo diferente de povo. Somos grandes patriotas. A Copa do Mundo nao será uma vitória para o futebol. Será uma vitória para a Croácia como país. O orgulho de ser croata definitivamente é a nossa arma mais forte para ganhar o Mundial — declarou o administrador Josip Buntic.
Moradadora da cidade costeira de Split há cinco anos, a hoteleira gaúcha Renata Bittencourt conta que o orgulho do país foi uma das caracaterísticas que mais lhe chamou atenção no povo croata.
— Eles são muito orgulhosos da terra deles. Talvez pelo fato de eles terem o estado croata reconhecido há pouco tempo, esse orgulho é mais demonstrado. Eles fazem questão de mostrar que aqui é a Croácia e que eles são croatas. O que parece é que os jogadores têm muita vergonha de perder, e isso se reflete na população. Eles não querem perder porque querem dar orgulho ao país deles. Isso faz muita diferença — diz Renata.
Na praça central de Zagreb, um telão está sendo montado para que cerca de 50 mil pessoas assistam à partida contra a França, no domingo (15). Já na segunda-feira (16), um número ainda maior de pessoas é aguardado para receber os atletas na chegada de Moscou, independentemente do resultado.
— Vai ser um grande acontecimento se a Croácia ganhar essa Copa. Mas se eles ficarem em segundo, vai ter festa igual por todo o país, porque eles já estão muito orgulhosos dos jogadores e muito felizes por terem chegado à final — prevê Renata.
Croácia e França disputam a final da Copa no domingo, às 12h (horário de Brasília), em Moscou.