A semifinal da Copa do Mundo entre França e Bélgica terá sabor muito especial para Didier Deschamps, técnico da seleção francesa. Campeão do mundo em 1998 como jogador, Deschamps terá como adversário alguém que ele conhece bem e foi seu companheiro na conquista de 20 anos atrás: Thierry Henry. O ex-atacante hoje é auxiliar da Bélgica, e desperta um sentimento diferente em seus compatriotas.
– É uma situação difícil. É alguém que gosto muito, jogamos juntos, ele era mais novo, eu no fim da carreira, e eu estou muito feliz por ele. Tenho visto o trabalho (de Henry) e fico feliz pelo que tem feito. Claro que é uma situação diferente para ele, porque você faz parte do time inimigo quando joga por outro clube. Agora no caso estará no banco contra o próprio país, mas ele sabia que entrando nessa profissão de auxiliar isso poderia acontecer – afirmou o treinador.
Deschamps também falou bastante sobre o confronto com a Bélgica. Ele foi perguntado se estava preparado para não ser surpreendido por uma alteração tática, como ocorreu com a Seleção Brasileira nas quartas de final – o técnico Roberto Martínez escalou De Bruyne como falso 9 e deslocou Lukaku para a ponta, ganhando o jogo no primeiro tempo. Mas, contra a França será diferente, assegurou o técnico francês.
– O que posso falar é que nosso time estará pronto para dois cenários diferentes. O time da Bélgica não chegou aqui por acaso, teve um grande jogo contra o Brasil. Se vão fazer parecido contra nós? Provavelmente. Tenho certeza de que meus jogadores estão preparados para diferentes escalações, e até se houver mudanças durante a partida – analisou o treinador.
Na entrevista coletiva, Deschamps se recusou a responder duas perguntas. A primeira foi como se sentia podendo igualar os feitos de Zagallo e Beckenbauer, únicos a serem campeões mundiais como jogadores e técnicos. Ele pediu para responder isso depois do jogo. A outra gerou certa irritação. Um jornalista russo pediu para ele falar sobre a campanha da seleção russa, eliminada nas quartas de final pela Croácia. Deschamps não gostou.
- Tem certeza que pergunta disso? Temos mesmo que falar disso? Não, tudo bem, é que não entendo porque falar do time da Rússia, não vejo sentido, não é meu adversário - afirmou o francês.