A caminhada de Tite no comando da Seleção Brasileira foi cheia de experiências e sucessos que culminaram nos 23 convocados para a Copa do Mundo da Rússia e, até agora, em uma campanha sólida que levou o time às quartas de final. Mas um ponto forte da Seleção no Mundial até agora só foi consolidado em 2018, um ano e meio depois de o técnico assumir o comando.
A dupla formada por Thiago Silva e Miranda no miolo da zaga só havia sido utilizada uma vez como titular em 17 jogos com Tite na casamata entre 2016 e 2017 — um empate sem gols diante da Bolívia, pelas Eliminatórias. Os dois passaram a jogar juntos só neste ano, nos quatro amistosos de preparação e nos quatro compromissos oficiais na Copa. O resultado foi rápido: com apenas um gol sofrido no Mundial, o Brasil tem a melhor defesa do torneio ao lado do Uruguai. Além disso, é a defesa que tem o melhor percentual de desarmes bem-sucedidos entre as quadrifinalistas, com 59,8% de precisão. E único o gol sofrido, diga-se, ainda foi motivo de polêmica — Miranda reclamou de levar puxão no gol de empate da Suíça na primeira rodada.
Até o ano passado, a zaga titular em 11 dos 17 jogos do Brasil com Tite era formada por Miranda e Marquinhos. Mas, para a Copa, a opção final foi pela experiência e capacidade técnica de Thiago Silva, que foi titular em cinco jogos da Seleção ano passado com cinco companheiros diferentes — Gil, Rodrigo Caio, Marquinhos, Miranda e Jemerson. Na véspera da estreia no torneio, Thiago destacou a recuperação desde a traumática eliminação na Copa passada.
— Depois de um período fora das convocações, de ter retornado a um alto nível aqui dentro da Seleção Brasileira, para mim foi um momento muito especial. Eu me preparei muito para isso. Hoje gostaria de dar sequência ao meu trabalho, juntamente com a equipe — explicou o zagueiro.
A avaliação dos defensores é de que o suporte para o miolo de zaga está eficiente. Os bons rendimentos defensivos dos laterais reservas Fagner e Filipe Luís, que viraram titulares com as lesões de Danilo e Marcelo, ajudaram na estatística positiva.
— Aqui na Seleção só tem jogadores de grandíssimo nível. Todos esperando uma oportunidade. Não só o Fagner e o Filipe. Todos aqueles que vêm entrando estão aproveitando a oportunidade — elogia Miranda, o zagueiro com mais jogos (20) como titular sob o comando de Tite na Seleção.
Thiago Silva é ainda mais abrangente. Destaca o trabalho que começa ainda na frente com a recomposição de jogadores mais avançados.
— Para nós defensores é muito gratificante sair de cada jogo sem sofrer gols, com a equipe fazendo lá na frente. É o trabalho que vem sendo feito no dia a dia que está sendo importante. Mas acredito que não é só o setor defensivo que tem tido êxito. Os nossos jogadores do ataque também têm tido grande parcela de compreensão. Hoje eu citei o Jesus, mas também tem o Neymar, o Coutinho, que tem corrido 11 quilômetros por jogo. Isso mostra o comprometimento de toda a equipe — garantiu o camisa 2, que foi capitão contra Costa Rica e México.
Contra a Bélgica, o funcionamento da defesa será determinante na busca por um lugar nas semifinais da Copa. A seleção belga tem o melhor ataque do Mundial, com 12 gols marcados — média de três por partida. O jogo entre Brasil e Bélgica será na próxima sexta-feira (6), às 15h, em Kazan. O vencedor pega França ou Uruguai no último passo antes da decisão.
As formações da zaga do Brasil com Tite
2018
8 jogos com Thiago Silva e Miranda
2017
5 jogos com Miranda e Marquinhos
1 jogo com Thiago Silva e Jemerson
1 jogo com Thiago Silva e Miranda
1 jogo com Thiago Silva e Marquinhos
1 jogo com Thiago Silva e Rodrigo Caio
1 jogo com Thiago Silva e Gil
1 jogo com Pedro Geromel e Rodrigo Caio
2016
6 jogos com Miranda e Marquinhos