As duas finalistas da Copa do Mundo de 2014 já estão fora do Mundial de 2018. A campeã Alemanha caiu na fase de grupos. A Argentina, nas oitavas. Quatro anos depois, é inegável que os dois times involuíram.
No caso alemão, o fracasso foi atribuído a uma suposta má preparação para a Copa e escolhas erradas do técnico Joachim Low. O time vinha em uma má sequência após o título mundial de 2014, como reconheceu o zagueiro Mats Hummels:
— Nossa última atuação convincente foi no outono de 2017. Isso é bastante tempo atrás.
A ausência de Leroy Sané, destaque do Manchester City foi bastante criticada, bem como a aposta em jogadores que não chegaram no auge da forma, como Khedira, Müller e Neuer.
— Sou o primeiro a me questionar. O que deu errado? A eliminação é minha responsabilidade. Só nos resta pedir por desculpas — declarou Joachim Low.
O treinador não decidiu ainda seu futuro. O presidente da Federação Alemã de Futebol, Reinhard Grindel, afirmou que confia em seu treinador, com quem renovou até 2022.
— Acordamos com Low que ele enviará uma análise sobre a campanha preliminar à federação na próxima semana. Então, eu também espero um comentário dele sobre seu futuro — escreveu no Twitter.
Pelo lado argentino, a bagunça foi ainda maior. A começar pela eleição da AFA (a Federação Argentina), que só tem 75 eleitores aptos a votar, mas cujo pleito acabou empatado em 38 a 38. Afora a bagunça dos bastidores, a reflexão se deu também no comando técnico. A seleção teve três treinadores depois de 2014 (Alejandro Sabella deu lugar a Tata Martino, que deu lugar a Edgardo Bauza, que deu lugar a Jorge Sampaoli). Esse último, aliás, foi massacrado pelos jogadores, que não se deram bem com seus métodos. Houve, segundo os meios de comunicação argentinos, um motim dos atletas, que teriam se reunido para escalar o time e mexer no esquema tático depois da derrota para a Croácia.
Para o jornal Olé, Sampaoli errou em cinco aspectos: a escolha da lista, os esquemas táticos, as mudanças durante os jogos, a administração do grupo de jogadores e a falta de oportunidades. Segundo a publicação, as ausências de Lautaro Martínez e de Mauro Icardi foram sentidas. O treinador montou esquemas que desfavoreciam Messi (autor de apenas um gol na Copa), a falta de comando entre os atletas e algumas escolhas, como Dybala no banco sempre contribuíram para o mau desempenho.
A situação pode mudar a partir de uma renovação do grupo. Os volantes Biglia e Mascherano anunciaram que não jogarão mais pela seleção. Agüero pode ir no mesmo caminho. A expectativa é pela decisão de Messi, que não quis anunciar seu futuro.
— Argentina vai embora do Mundial com uma imagem pobre. Toureado pela França em vários momentos, sem a explosão de sua estrela e sabendo que era fim do ciclo para a maioria dos jogadores. Escapou-se do papelão pela atitude dos atletas em ganhar da Nigéria e lutar, no meio de um vendaval de problemas internos — sentenciou o repórter Diego Macias, do Olé.
E assim se vão 25 anos sem títulos.