Diego Lugano esteve perto de ser jogador do Grêmio em 2013. Os bastidores da negociação foram revelados pelo próprio uruguaio, em entrevista concedida à GaúchaZH nesta sexta (22), em Moscou. O ex-zagueiro contou que recebeu dirigentes gremistas no final de 2012, em Montevidéu, e não assinou com o clube gaúcho por apenas um detalhe.
– Eu nunca tinha falado muito sobre isso. É verdade, sim. O interesse veio depois de um jogo das eliminatórias. O pessoal do Grêmio foi ao Uruguai e me apresentou um projeto de um novo Grêmio, que incluía a nova Arena. O desafio era muito bonito e muito atraente. Estive próximo sim de aceitar a proposta do Grêmio, porque o respeito que demonstraram comigo foi muito grande. Só não tomei essa decisão porque tinha prometido ao São Paulo que, se voltasse ao Brasil, eu voltaria para o São Paulo e não podia faltar com a minha palavra – revelou o uruguaio, em entrevista conhecida na Casa da Conmebol, na região central da capital russa.
Lugano era o famoso "jogador do cofre" do então candidato a presidente Fábio Koff, falecido em maio deste ano. O zagueiro seria um "jogador-símbolo" para liderar o Grêmio nas futuras conquistas nacionais e internacionais.
– Eles tinham feito uma enquete com torcedores do Grêmio sobre quem seria o jogador para liderar esse projeto do clube e, incrivelmente, por 80% ou 85%, a torcida escolheu o meu nome. Eu fiquei totalmente surpreso, porque não tenho nada a ver com o Grêmio, tenho minha história no Brasil no São Paulo. Fiquei tão surpreso quanto grato. Naquela vez, eu fiquei pensando no por que desta identificação. Deve ser pela união entre gaúchos e uruguaios. Somos muito iguais – aposta Lugano.
Hoje dirigente do São Paulo, o uruguaio espera ainda retribuir de alguma forma o gesto do Grêmio no futuro.
– Fiquei para sempre muito grato e, à distancia, sempre acompanhando o Grêmio e ficando contente quando o time vai bem e entendendo um pouco mais da história do clube. Apesar daquela situação ter ficado escondida, ninguém nunca falou, foi uma demonstração de respeito que eu também tenho que dar um jeito de devolver – completou.
Sobre a seleção uruguaia, Lugano acredita que as vitórias magras sobre Egito e Arábia Saudita, por 1 a 0, fazem parte da característica da equipe charrua de sofrer com os pequenos e crescer contra os grandes.
– O Uruguai está com uma mistura interessante de jogadores experientes e jovens. A maioria está jogando na Europa e em bom nível e já com experiência em seleção. Faz parte da nossa essência e da nossa história não conseguir se impor quando o rival é inferior tecnicamente. Mas a gente ganha. E com certeza quando o rival for maior, seja Espanha, Portugal, Brasil ou Alemanha, o Uruguai vai atingir o melhor de si. Hoje somos capazes de ganhar de qualquer um – finalizou Lugano.