A Rússia superou as expectativas e chegou às oitavas de final da Copa do Mundo da qual é anfitriã. Para avançar na competição e continuar sonhando com um título inédito, terá de passar por grandes seleções, como a Espanha, no domingo (1º), às 11h, em Moscou, pelas oitavas de final. Equipes de históricos bem distintas, mas com um fator em comum: têm craques brasileiros no elenco principal.
Mário Fernandes, pela Rússia
Ex-Grêmio, Mário Fernandes poderia até estar na Copa defendendo o Brasil, mas não quis. Recusou convocação de Mano Menezes e deixou a Seleção de Dunga após dois jogos. O jogador de 27 anos, que atua há quatro temporadas pelo CSKA, decidiu se naturalizar russo. Hoje, é um dos destaques da seleção anfitriã.
Após entrar para o torneio coberto de dúvidas, a Rússia teve um início surpreendente com oito gols: 5 a 0 sobre a Arábia Saudita e 3 a 1 sobre o Egito. Já contra o Uruguai, para quem perdeu por 3 a 0, a equipe deixou mais incertezas, especialmente em nível defensivo. A equipe que se impõe fisicamente, com muita transpiração e pouca inspiração.
Para manter seu atual time motivado contra os espanhóis, que são favoritos, Mário Fernandes destacou as surpresas do Mundial até agora:
— A Copa está muito difícil para todos. A Alemanha foi eliminada na primeira fase. A Argentina sofreu muito para passar de fase. Em compensação, mesmo com todas essas dificuldades, a Espanha foi primeira do grupo.
Diego Costa, pela Espanha
Com atuações apagadas, os espanhóis demonstraram bom futebol apenas no empate em 3 a 3 diante de Portugal, na primeira rodada. Depois veio uma vitória apertada por 1 a 0 sobre o Irã e mais um empate, por 2 a 2, com o Marrcos.
Apesar da passagem irregular da La Roja pela fase de grupos, um jogador que fez a diferença e ajudou a equipe de Fernando Hierro a avançar às oitavas foi o brasileiro Diego Costa. Prevendo mudanças no time que vai enfrentar a Rússia, o técnico já garantiu que o atacante estará em campo:
— Vamos ver se teremos mais mudanças, mas o Diego Costa jogou as três partidas como titular e marcou três gols. Acho que isso responde a essa pergunta — disse Hierro em entrevista a uma rádio local.
Há quatro anos, Diego Costa disputou sua primeira Copa do Mundo logo no Brasil, país em que nasceu e abdicou de defender a seleção da Espanha. Vaiado pela torcida, não respondeu em campo e saiu com o time na primeira fase criticado, sem fazer gols. Mas, na Rússia, o atacante já igualou uma marca de 12 anos: foi o primeiro espanhol a marcar nas duas primeiras partidas do Mundial desde Fernando Torres, em 2006.
Além disso, o jogador mira um recorde: pode ser o espanhol com mais gols em uma só edição de Copa do Mundo. Quem ostenta a marca até agora é David Villa, que fez cinco na campanha do título em 2010, na África do Sul, apenas dois a mais em relação ao número atual de Diego Costa.
Vale lembrar que a Espanha é a seleção com mais brasileiros com dupla nacionalidade nesta Copa: além do atacante citado, conta com o meia Thiago Alcântara e o atacante Rodrigo Moreno.