Em 2010, Filipe Luís não foi à Copa do Mundo da África do Sul e teve sua maior decepção da carreira. Uma fratura na perna direita o tirou do mundial em que poderia ser titular da equipe de Dunga, o técnico que pela primeira vez o chamou para a Seleção Brasileira. Em 2014, esteve no grupo que ficou em quarto lugar no mundial do Brasil e agora, antes da convocação para a Rússia, se viu diante de outro drama.
Faltando meses para a Copa teve outra fratura, desta vez na perna esquerda. Foi necessário muita obstinação e trabalho para uma recuperação plena que acabou se mostrando eficaz ao jogar na última rodada do campeonato espanhol pelo Atlético de Madrid e a decisão da Liga Europa, quando conquistou o título.
– Eu sabia que seria possível voltar. Fiz tudo o que era preciso para estar hoje onde estou e me sinto em perfeitas condições. Perder uma Copa é difícil.
Ao falar isto, Filipe lembra que entrou em contato com seu colega e amigo Daniel Alves, mostrando solidariedade pela lesão que tirou o jogador do PSG da Rússia:
- O Daniel foi o maior lateral-direito com o qual joguei. Seria nosso capitão - revelou.
Filipe Luís contou que na primeira fratura que teve, sentiu medo no retorno, mas que agora a confiança foi grande e ele não temeu nunca as divididas em treinos e nos jogões em que atuou. Sobre isto, fez uma previsão otimista sobre Neymar que também se recupera de fratura:
– O Neymar está recuperado. Precisa somar minutos de jogo para recuperar o ritmo. Acho que não sentirá medo. Vai levar a primeira porrada e esquecer a lesão.
Consciente que o titular da posição na Copa será Marcelo, Filipe crê que o companheiro chegue reforçado pela participação na final da Liga dos Campeões, "ganhando ou perdendo".
Em uma autoanálise , admite ser um líder da Seleção pela experiência que tem.
– Há muitos tipos de líderes. Tem os que falam bastante e constantemente. Sou do tipo mais silencioso. Valorizo minha vivência. Falo individualmente com os companheiros quando julgo necessário.
Fazendo valer esta consciência, até em assuntos extra-seleção, diz que não gosta de falar de política, mas lamenta o que está acontecendo atualmente no Brasil.
– Claro que a gente comenta entre nós, vejo algumas medidas que estão sendo adotadas como importantes e inevitáveis. Sabemos que nossas famílias estão sendo atingidas e nos resta fazer o possível para achar soluções. Torço e acredito que o Brasil tenha um caminho para ser um país de primeiro mundo. Por que não? Quero ver um dia as pessoas não querendo sair para morar longe daqui.