Não foi a estreia esperada após 64 anos sem Copa em casa. A Seleção venceu a Croácia de virada por 3 a 1, na Arena Corinthians, mas leva para o jogo contra o México, na terça-feira, um fato indesmentível. Ganhou com ajuda da arbitragem em dois lances: no pênalti inexistente em Fred e ao não expulsar Neymar, autor de dois gols brasileiros.
O nome da partida, para além do apito e dos dois gols de Neymar, foi Oscar. Ele deu o passe para o primeiro gol, fez o terceiro e levou o time nas costas quando nada dava certo, no começo do primeiro tempo.
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O Brasil começou o jogo parecendo carregar toneladas de peso às costas. Talvez fosse isso mesmo. Não se viu nada do que havia sido treinado na Granja Comary. Blitz na saída de bola, movimentação intensa, troca rápida de passes. A Seleção não fez nada disso.
A Croácia aproveitou os espaços e tomou conta da partida, sempre trancando os lados do campo sem a bola e jogando às costas de Daniel Alves e Marcelo quando a posse era sua.
Aos 55 segundos, Jelavic cabeceou. Aos 10 minutos, Olic foi lançado às costas de Daniel Alves e cruzou rasteiro. Jelavic errou o chute e Marcelo marcou contra. O roteiro era sempre o mesmo. Pela direita de ataque croata, Srna e Perisic em cima de Marcelo e David Luiz. Pela esquerda, Vrsaljko e Olic em cima de Daniel Alves e Thiago Silva.
Como a linha de três atrás de Fred (Hulk, Oscar e Neymar) não fazia a recomposição defensiva com empenho, ficou um buraco entre as linhas brasileiras.
Pela direita do ataque brasileiro, Oscar tomou a partida para si com coragem e levou o time à frente. Driblou, foi ao fundo, fez cruzamentos. Aos 21 minutos, chutou no ângulo, mas o goleiro Pletikosa voou para defender. Neymar estava apagado, mas ao menos buscava o jogo, ao contrário do resto do time.
Então, em um roteiro fora do script, o Brasil empata em um contra-ataque, aos 29. A Croácia tenta sair em velocidade, mas Oscar rouba a bola de dois adversários e lança Neymar. Este chuta de canhota, rasteiro, mas a bola pega velocidade e entra no cantinho do goleiro: 1 a 1. Alívio no Itaquerão. O Brasil terminou o primeiro tempo em cima, pressionando, criando situações. Mas só Oscar e Neymar realmente atuando bem.
No segundo tempo, Oscar prosseguiu como melhor figura do Brasil, pela direita. Paulinho, cansado e opaco, ao contrário daquele jogador dinâmico e enérgico da Copa das Confederações, saiu a 18 minutos para dar lugar a Hernanes. Pouco depois, trocou Hulk por Bernard, o ponteiro driblador. Os dois times pareciam cansados. O jogo seguia assim, para o empate, até Fred dar uma de ator.
Ele simulou um puxão inexistente dentro da área e o árbitro japonês Yuichi Nishimura caiu na cena, marcando pênalti inexistente. Neymar, aos 25 minutos, cobrou com força e colocado e isso o salvou. O goleiro tocou na bola, mas entrou: 2 a 1.
A partir daí, a Croácia foi para cima e pressionou. Poderia ter empatado. A Seleção esperou para contragolpear, com Bernard e Neymar, pela esquerda. Julio Cesar defendeu no canto a 40. Aos 45 minutos, Oscar lembrou Ronaldo e, de bico, fechou a conta: 3 a 1.
A Seleção venceu de virada na estreia, e se não o fizesse seria um drama terrível na terça, contra o México, em Fortaleza. Mas não convenceu e recebeu boa dose de ajuda da arbitragem. E a presidente Dilma Rousseff ouviu vaias que não esquecerá tão cedo.
COPA DO MUNDO, GRUPO A, 12/6/2014
BRASIL 3
Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes 17'/2ºT) e Oscar; Hulk (Bernard 22'/2ºT), Neymar (Ramires 42'/2ºT) e Fred
Técnico: Luiz Felipe Scolari
CROÁCIA 1
Pletikosa; Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko; Rakitic, Modric, Perisic e Kovacic (Brozovic 15'/2ºT); Olic e Jelavic (Rebic 32'/2ºT)
Técnico: Niko Kovac
Cartões amarelos: Neymar, Luiz Gustavo (B); Corluka, Lovren (C)
Arbitragem: Yuichi Nishimura, auxiliado por Toru Sagara e Toshiyuki Nagi
Público: 62.103 pessoas
Local: Arena Corinthians, São Paulo
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Diogo Olivier
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