Ao longo de uma história centenária, uma situação que se repetiu em 1,1% dos casos é rara. O Gre-Nal 443 será uma dessas raridades. Entrará nesse 1% de casos inusitados, graças a Sergio Rochet e Agustín Marchesín. Será apenas a sexta vez que esses jogadores que se vestem diferentes e são os últimos bastiões de colorados e gremistas serão estrangeiros nas duas pontas do campo.
Lá se vão 47 anos de clássicos em que pela última vez os dois camisas 1 dispensam o português para se comunicar. E nem foi por esta singularidade que o clássico 236 entrou para antologia. Calhou que naquele 6 de novembro de 1977, o Inter resolvesse entrar de vermelho da cabeça aos pés.
A goleada gremista por 4 a 0 amaldiçoou aquela combinação de uniforme do rival — desde então utilizada somente por obrigação. O goleiro paraguaio Benítez foi emprestado no ano seguinte ao Palmeiras e somente em 1979 retornou ao gol colorado para fazer história. Do outro lado, a escalação tricolor começou com o uruguaio Walter Corbo.
Naquele ano, os dois também protagonizaram mais um dos cinco Gre-Nais com goleiros estrangeiros. Os outros três tiveram La Paz na meta do Inter e Germinaro na do Grêmio, em clássicos disputados entre 1957 e 1959.
Se passaram 207 Gre-Nais sem a casualidade de dois goleiros estrangeiros estarem simultaneamente nos gols da Dupla. Rochet e Marchesín poderão contar para filhos, netos e quem quiser ouvir, que um dia foram personagens de um acontecimento raro.
Os Gre-Nais com dois goleiros estrangeiros
- 23/12/1957 — Grêmio 1x2 Inter — Germinaro (Grêmio) e La Paz (Inter)
- 17/8/1958 — Inter 1x2 Grêmio — La Paz (Inter) e Germinaro (Grêmio
- 5/2/1959 — Grêmio 2x2 Inter — Germinaro (Grêmio) e La Paz (Inter)
- 25/9/1977 - Grêmio 1x0 — Corbo (Grêmio) e Benítez (Inter)
- 6/11/1977 - Inter 0x4 Grêmio - Benítez (Inter) e Corbo (Grêmio)