Depois de muitas polêmicas, a CBF anunciou a demissão de Leonardo Gaciba da Comissão de Arbitragem, nesta sexta-feira (12). Para substituí-lo, o ex-árbitro Alício Pena Júnior vai comandar o setor até o fim de 2021. Em entrevista ao programa Seleção SporTV, o profissional falou sobre o momento, as mudanças que pretende realizar, e o funcionamento do VAR durante o Campeonato Brasileiro.
— É um momento de dificuldade. O nosso objetivo para essa interinidade é dar aos árbitros condições para trabalhar com tranquilidade, tentar diminuir a pressão, que é muito grande. E o ambiente de pressão traz dificuldade, principalmente para o árbitro em uma tomada de decisão no campo de jogo — comentou, e acrescentou:
— O objetivo é tentar dar tranquilidade, continuar buscando aproximação e manutenção de critérios e conceitos, melhorar um pouco o que temos apresentado de dificuldade e tentar, nesta reta final, diminuir a pressão sob os árbitros. Todos que trabalham sob pressão têm dificuldade em exercer sua profissão. Temos que continuar com esse aprimoramento, tentar qualificar os árbitros para este momento de dificuldade, para termos melhores arbitragens — disse o novo chefe da arbitragem.
Cabe salientar que Leonardo Gaciba esteve à frente da Comissão desde 2019, mas já estava com a imagem desgastada na entidade. O estopim para a mudança aconteceu depois da polêmica envolvendo o árbitro Vinicius Gonçalves Dias Araújo, no duelo entre Flamengo e Bahia, no Maracanã.
Na partida, o árbitro marcou um pênalti para o rubro-negro, porém a bola tocou no peito do zagueiro Conti. Mesmo depois de consultar o VAR, o juiz manteve a decisão, o que gerou a revolta da comissão técnica e da direção do Tricolor Baiano. Alício valorizou a capacidade dos árbitros e disse que pretende dar tranquilidade para que eles possam tomar suas decisões em campo.
— O que precisa mudar? Não concordo. Os árbitros brasileiros são honestos e de ótima qualidade. São situações pontuais que se tornam mais graves neste momento de decisão do campeonato. São honestos e capacitados. O ambiente de pressão tem trazido muita dificuldade e, neste momento, os erros têm uma dimensão muito maior. Vamos trabalhar para manter uma ambiente de maior tranquilidade possível, para que os árbitros possam tomar suas decisões. Mas reforço aqui, são honestos e de qualidade, com erros pontuais que vamos seguir atacando para tentar evitar neste momento da competição — salientou, e emendou sobre a utilização do VAR:
— O que temos que trabalhar, e vamos centrar esforços nisso, é preparar os árbitros do campo de jogo. É fundamental que eles estejam preparados para tomar a decisão correta, diminuindo a pressão sobre a cabine. Vamos também fazer um trabalho com o VAR para atuar quando for algo realmente previsto no protocolo, quando tenha necessidade, um erro claro e óbvio em campo, para que a gente possa diminuir o número de intervenções, mas que sejam mantidas decisões corretas. Não podemos ter um número menor de intervenção e erro persistindo em campo. O convite que me foi feito foi assumir interinamente, até o final da competição. O que vai acontecer depois disso depende da presidência da casa — pontou.