A forma como ocorreu a saída de Leonardo Gaciba da presidência da Comissão de Arbitragem da CBF pode ser considerada surpreendente. Não necessariamente pela mudança em si, mas pelo momento em que ela ocorreu. Até porque o assunto já era tratado internamente visando uma troca de comando no final da temporada.
O erro grave cometido pelo árbitro Vinicius Gonçalves Dias Araújo na marcação do pênalti para o Flamengo no jogo contra o Bahia na noite de quinta-feira (11), pela 31ª rodada do Brasileirão, foi apenas a gota d'água de um ambiente que já estava se tornando insustentável pela pressão.
Na reunião desta sexta-feira, tudo parecia normal e ocorria conforme o previsto na CBF. Estava ocorrendo um encontro técnico de rotina da Comissão de Arbitragem. Gaciba comandava a conversa, que começou por volta das 10h.
O que chamou atenção foi que Gaciba precisou deixar a reunião antes do fim. Quem assumiu o comando dos trabalhos foi o vice-presidente, Alício Pena Júnior. O que os próprios integrantes da Comissão de Arbitragem não imaginavam é que a troca seria anunciada minutos após.
A conversa com o presidente em exercício da CBF, Ednaldo Rodrigues Gomes, foi relativamente rápida para formalizar a saída de Leonardo Gaciba depois de dois anos e sete meses de trabalho no comando da arbitragem.
Gaciba foi o responsável por colocar em prática o uso do VAR no Brasileirão. Deixa o cargo justamente pelas fortes críticas e pela pressão feita pelos clubes por conta das polêmicas envolvendo o uso da ferramenta.
Apesar da saída de Gaciba, pouca coisa deve mudar na arbitragem nas últimas sete rodadas do Brasileirão. Não existe milagre e a melhora da arbitragem passa necessariamente pela melhora em vários outros aspectos do jogo, incluindo comportamento dos jogadores e postura de treinadores e dirigentes.