Na última terça-feira (24), o Senado aprovou por unanimidade o projeto da Lei do Mandante. O projeto de autoria do Senador e ex-jogador Romário define que os clubes possam negociar de maneira isolada os direitos de transmissão das partidas que forem mandantes. A Associação Nacional de Clubes (ANClubes) comemorou a aprovação e entende que a medida ainda permitirá negociações conjuntas dos clubes do Brasileirão.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente do Avaí e da Associação, Francisco Battistotti, afirmou que o avanço da medida pode fortalecer os clubes.
— A mudança principal é o poder desses clubes, principalmente os emergentes de Série B e C, de vender o seu direito de transmissão com um valor maior. Nós, da Associação Nacional de Clubes, temos uma posição muito unida de que vamos negociar em conjunto. Então, na hora que você fecha uma situação, negociando em conjunto com uma transmissora, o valor do produto aumenta consideravelmente — disse ao programa Domingo Esporte Show, no último domingo (29).
Segundo Battistotti, assim a Lei for sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, a ideia é implantar o novo modelo na Série B a partir de 2023. A Série A ainda não teria uma data para ser contemplada:
— A ideia seria começar em 2023 na Série B e a negociação seguiria o modelo da La Liga (Liga que gere o Campeonato Espanhol). Hoje, nós (clubes da Série B) recebemos um décimo do valor de um clube da Série A. Nós recebemos um serviço do Ibope que nos mostrou que o produto da Série B hoje, por audiência, chegaria a render três vezes mais do que a gente recebe hoje.
O presidente do Avaí também explicou como seriam divididas as verbas entre os clubes no caso das negociações coletivas.
— 50% dividido igualitariamente: 25% pela transmissão e 25% pelo desempenho no Campeonato. Esse é o modelo que estamos propondo na Associação Nacional de Clubes com os clubes que disputam a Série B — afirmou.
Durante a entrevista, Battistotti ainda revelou que há uma iniciativa para que seja recriada a Copa Sul, substituindo o modelo dos campeonatos estaduais. Contudo, num primeiro momento, o torneio teria de ser acumulado com o já existente.
— A gente também está vendo que os estaduais estão enfraquecendo e eu já conversei com a CBF para ver se a gente consegue fazer aqui a Copa Sul, no mesmo estilo da Copa do Nordeste. E tem data. Começando no início de janeiro, quando há uma grande fonte de turistas no Sul. Estamos estudando uma reunião com as três federações para propor isso à CBF. A intenção é começar como uma pré-temporada. Não seria como a Primeira Liga. Se acertarmos a Copa Sul, é pegar seis clubes de cada estado (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e começarmos a disputar com sub-23 e os elencos principais entrando nas oitavas de final — explicou
Atualmente, a Associação Nacional de Clubes tem 24 filiados. São eles: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Botafogo-SP, Brasil-Pel, Brusque, Chapecoense, Confiança, Coritiba, CRB, Cruzeiro, CSA, Cuiabá, Figueirense, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Paraná, Remo, Sampaio Correa, Vila Nova e Vitória.