O colombiano Índio Ramirez, do Bahia, gravou um vídeo para a TV do clube nesta segunda-feira (21) e negou a acusação de racismo feita por Gerson, do Flamengo, na partida do último domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. O jogador afirma que apenas pediu para o atleta "jogar rápido".
Durante o depoimento divulgado pelo próprio clube, Ramirez diz que "em nenhum momento foi racista com Gerson, nem com qualquer outra pessoa".
— Acontece que quando fizemos o segundo gol, botamos a bola no meio do campo para sair rapidamente e disse ao Bruno Henrique: "Jogue rápido, por favor", "Vamos irmão, jogar sério". Aí ele joga a bola para trás e o Gerson, não sei o que me fala, eu não compreendo muito o português. Não compreendi o que me disse e falei "joga rápido, irmão" — explica.
Na sequência, o atleta do Bahia afirma que pode ter sido mal compreendido por Gerson:
— Não sei o que ele entendeu, o que ele ouviu. Ele jogou a bola e passou a me perseguir sem eu entender o que estava acontecendo. Dei a volta por trás, porque não queria entrar em briga com ninguém, e depois ele sai falando que eu falei "cale a boca, negro" falando português, quando eu realmente não falo português.
Ramirez também ressalta que está há pouco tempo Brasil e não concorda com as acusações.
— Isso não é bem visto em nenhuma parte do mundo e sabemos que todos somos iguais e em nenhum momento falei isso e menos ainda usei essa palavra — declarou.
O inquérito sobre o caso foi aberto nesta segunda-feira. Os dois atletas, além do técnico Mano Menezes e o árbitro da partida foram intimados a dar depoimento presencial sobre o episódio. Gerson será o primeiro a ser ouvido na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Rio de Janeiro.