O triste episódio de domingo (20) terá desdobramentos nesta terça-feira. Gerson vai depor numa delegacia do Rio sobre o ato de racismo do qual foi vítima no segundo tempo do 4 a 3 do Flamengo sobre o Bahia. O colombiano Índio Ramírez e o técnico Mano Menezes também serão intimados.
O ge.globo publicou nesta segunda-feira um vídeo que, vamos combinar, dispensa testemunhas. Em câmera aberta, ele mostra que o roteiro descrito pelo volante depois da partida se desenrola fielmente. Bruno Henrique ameaça sair com a bola no centro, depois do gol do próprio Ramírez. Mas chuta o vento, e leva os jogadores do Bahia saírem em disparada. Entre eles, Ramírez, que reclama.
Gerson retruca, com os braços abertos. O jogo é reiniciado, e os baianos partem para o ataque. Ramírez passa pelo volante, e os dois trocam rápidas palavras. Logo depois, Gerson vai em direção ao árbitro e reclama. Sem sucesso, ele deixa o jogo de lado e parte atrás do colombiano. Nesse momento, começa a confusão entre os jogadores, seguido do bate-boca com Mano Menezes, que tem sua infeliz manifestação.
As repercussões deste episódio, podem ter certeza, vão fazer deste domingo um dia histórico. Gerson conseguiu, com sua indignação, mexer com as estruturas do futebol brasileiro. A CBF, enfim, se posicionou. O Bahia deu exemplo, mostrou que o discurso que defende se vê na prática.
É um começo. Foi com um jogador de clube grande e, por isso, repercute, ouvi de algumas pessoas. Pode até ser. Mas, vamos ver pelo lado bom: antes, nem assim repercutia. Assim vamos avançando. Estamos em uma batalha para desenraizar um cultura que tem mais de um século. Não será do dia para a noite. Serão necessárias muitas batalhas. Mas estamos vencendo-as. E essa é a melhor notícia.
O futebol pode ser um grande aliado nessa mudança. Pela força amplificadora que tem. Principalmente, com as novas gerações.