Os rivais entraram no Maracanã iguais na classificação do Brasileirão: dez pontos. E com aquela sensação de que havia muito a melhorar para uma aproximação ao grupo dos líderes. Noventa minutos depois, o Fla-Flu terminou empatado em 2 a 2, e a distância para o líder Corinthians segue em nove pontos, mas as torcidas viram um clássico eletrizante.
O primeiro tempo começou com os dois times congestionando o mesmo lado do campo. Com Richarlison e Gustavo Scarpa, o Flu atacava quase sempre pela esquerda. Já o Fla tinha pela direita do ataque o jovem Vinicius Jr., com apoio constante de Diego, já que Rodinei estava mais ocupado com a marcação. A concentração de ações pelo setor, porém, não se transformou em chances claras de gol. Os sistemas defensivos predominavam até ali.
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O primeiro lance de perigo saiu após um erro na saída de bola de Márcio Araújo. Wendel recuperou e apareceu para concluir, mas foi abafado pelo goleiro Thiago. E o gol também saiu de um erro, desta vez de posicionamento de Rodinei. Ele deu condições para Wendel aparecer livre às costas de Réver, após belo lançamento de Gustavo Scarpa. O volante do Flu e o goleiro do Fla pareciam esperar a marcação de impedimento, mas o auxiliar Herman Vani corretamente deixou o lance prosseguir. Wendel acertou a trave na primeira conclusão e, depois, só empurrou a bola para o fundo das redes. Segundo gol do volante como profissional. O segundo em cima do Rubro-Negro. O Flamengo ainda teve tempo de pedir pênalti de Scarpa em Rodinei. O lateral desabou após sentir um toque no ombro.
Na etapa final, Zé Ricardo voltou com Arão e Berrío. E seu time com outra postura. Trauco arriscou de longe e assustou Júlio César aos três minutos. A posse de bola era quase tudo rubro-negra. E o empate saiu antes do dez minutos, após blitz ofensiva. Everton e Guerrero finalizaram, até que Diego marcou o gol da igualdade. O replay mostrou que Everton estava impedido no momento do lançamento de Arão. Oitavo jogo tricolor com gol cedido na competição.
Berrío voltou a aparecer aos 16 minutos e construiu boa jogada pela direita. Trauco concluiu, Júlio César deu rebote e por pouco Everton não decretou a virada. Na sequência, uma cena rara. O árbitro Vinicius Gonçalves sentiu um problema na coxa e foi substituído pelo auxiliar Flávio Rodrigues de Souza, que estava atrás do gol de Thiago.
O colombiano, por pouco, não fez um golaço. Ele deixou Mascarenhas para trás, driblou Henrique e só não marcou pois Reginaldo deu um carrinho salvador. Abel trocou então Mascarenhas e Wendel por outros dois jovens: Léo e Mateus Norton, buscando reequilibrar as ações. Era um jogo de ataque contra defesa.
E foi no pior momento tricolor do jogo que saiu o gol do Flu. Scarpa deu lançamento para Richarlison, que foi derrubado por Juan na área. Pênalti cobrado pelo artilheiro Henrique Dourado com perfeição. Thiago até acertou o canto, mas o chute foi no cantinho.
O Fla foi para o desespero com a entrada de Conca, ex-xodó do Flu, na vaga do volante Cuellar. No primeiro lance, o argentino deu carrinho em Orejuela, levou amarelo e ouviu várias músicas com xingamentos da torcida tricolor. O jogo ficou nervoso, mais cartões foram distribuídos até Trauco achar um chute muito bem colocado aos 49 minutos, para decretar o empate, quando a torcida do Flu já festejava a vitória.
Na quarta-feira, o Fluminense tenta reencontrar o caminho das vitórias contra o lanterna Avaí, na Ressacada, em Florianópolis, às 21h45. O Flamengo jogará na quinta, na Ilha do Urubu, diante da Chapecoense, às 21h.
* Lancepress