O Fluminense lamentou a decisão do presidente do STJD, Ronaldo Piacente, que na quinta-feira aceitou os argumentos da procuradoria-geral do tribunal e reconsiderou a sua decisão de dar prosseguimento ao pedido de impugnação do Fla-Flu do último dia 13. Por meio de uma nota oficial divulgada poucas horas depois, o clube questionou o tribunal por ter arquivado o caso três dias depois de ter aceitado a abertura dele, sem nada de novo ser apresentado.
O tricolor carioca segue defendendo que as provas de interferência externa estavam bem claras. O clube diz que o STJD se apequenou ao tomar essa decisão e optou por agradar parte da opinião pública.
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– Enfim, é triste ver a corte máxima desportiva do nosso país se apequenar, deixando de submeter ao julgamento do Pleno matéria tão relevante (interferência externa) do futebol brasileiro. Optou-se em agradar parte da opinião pública. Causa perplexidade que tribunal de tamanha relevância divorcie-se da legislação desportiva, da legalidade, das regras de futebol. Quiseram evitar que uma grande ferida fosse aberta no poder do futebol brasileiro. E esse poder do futebol brasileiro, mais uma vez, venceu – disse a nota do Fluminense.
A direção encerrou o comunicado pedindo que o presidente do STJD se manifeste publicamente sobre o caso. O clube sugere que ele explique sua "inusitada e contraditória mudança de opinião".
Na decisão de arquivar o caso, Ronaldo Piacente pediu para que a CBF homologasse o resultado do clássico realizado no último dia 13, o que já aconteceu. Assim, o Flamengo volta a ter 60 pontos em 31 jogos, quatro a menos que o líder Palmeiras.
O Fluminense contestou a decisão do árbitro Sandro Meira Ricci e do assistente Emerson Augusto de Carvalho de anular o gol de Henrique, que estava em posição de impedimento – no que seria o do empate em 2 a 2 –, argumentando que o inspetor de arbitragem teria informado aos juízes que "a TV sabe que não foi gol".
No despacho desta quinta, o presidente do STJD citou que entendeu "que essa prova é relativa, pois não há certeza que o inspetor de arbitragem (Sérgio Santos) realmente teria dito essas palavras, e mesmo que tiver dito, seria necessária a prova dessa interferência externa, ou seja, que a decisão do árbitro foi com base nessas palavras 'a TV sabe, a TV sabe que não foi gol' supostamente ditas pelo inspetor de arbitragem".
Piacente ainda afirmou que o inspetor negou ter dito as palavras citadas na leitura labial. O presidente do STJD acrescentou que "as provas produzidas pela procuradoria demonstram de forma cabal que todos foram categóricos em dizer que a decisão do árbitro Sandro Meira Ricci se deu única e exclusivamente pela decisão do Emerson Augusto de Carvalho, o assistente".
*LANCEPRESS