*ZH ESPORTES
O futuro de Leandro Damião deve ser definido até o final deste mês. A liberação na Justiça para a rescisão de contrato com o Santos tende a ser concluída nas próximas semanas e o ex-centroavante da Seleção Brasileira estará livre no mercado. Poderá, assim, assinar com qualquer clube, seja do Brasil ou do Exterior.
O Inter não apenas se apresenta como um possível destino do camisa 9 como é o principal endereço na lista do filho do Seu Bigode para retomar a carreira - interrompida nos últimos dois anos por uma série de lesões.
Nesta entrevista a ZH, o artilheiro do Cruzeiro em 2015 (foram 18 gols marcados) fala sobre o Inter de Argel, seus planos para o futuro, o sonho de jogar na Europa, além de se declarar a Porto Alegre:
- Me sinto em casa aqui. Espero um dia retornar. É uma cidade que me acolheu muito bem.
A exemplo de 2014, este foi um ano que as lesões, mais uma vez, te tiraram de campo. O que está acontecendo?
Já comecei um trabalho funcional. Não dá para acontecer essa sequência de lesões, me tiram do campo e atrapalham meu rendimento. Ano passado foi o púbis, esse ano foi tornozelo, ombro. fiquei um tempo de fora, muda a equipe, o treinador. Quero um ano tranquilo.
Mas te deram algum diagnóstico?
Não chegaram a falar nada específico. Mas lesão não tem jeito. Por mais que você se prapara, vem a pancada, atinge o tornozelo, e ainda mais o atacante, que vive recebendo pancadas. Para isso que estou fazendo o funcional: deixar a parte muscular em ordem, 100%, para isso, ao menos, não ser um complicador.
E na questão psicológica? Como está tua cabeça?
Com o tempo você vai aprendendo como funcionam as coisas. Entende que as críticas vêm, fazem parte do futebol e você tem de usar isso de forma construtiva. Aos poucos minha confiança tem voltado. Isso, para um atacante, é fundamental. Nesse ano acabei como artilheiro do Cruzeiro na temporada. As críticas só encerram quando você produz e faz algo de bom em campo. Estou dando meu máximo para voltar a ser o Damião que eu fui.
Como está tua situação com o Santos?
Os advogados entendem melhor, mas, em resumo, o juiz me deu ganho de causa. Só não rescindi ainda com o Santos porque havia o vínculo do empréstimo para o Cruzeiro. Agora que encerrou devo ficar livre, não tem mais vínculo. Falta apenas a decisão final, o que eu espero que ocorra logo. Eu preciso trabalhar, tenho esposa, filha.
O que você pretende para 2016?
Quero dar um tiro certo, ir para uma equipe que eu possa jogar, ajudar muito essa equipe. Ainda não tenho negociação com ninguém por causa dessa questão com o Santos. Eu estou esperando isso para ficar aberto para ouvir as propostas que vierem. Como tem esse problema, as equipes ficam apenas observando, têm medo de me contratar e ter punição por alguma questão ilegal. Tenho de aguardar.
E o Inter?
É minha segunda casa. Todos ali me acolhem sempre que passo por aqui. Estive no Beira-Rio no domingo, contra o Cruzeiro, todo mundo me abraçou, as pessoas pediram minha volta. Eu apenas sorri, não tenho o que dizer algo concreto agora. Apenas que foram anos maravilhosos que passei aqui e o carinho do torcedor é algo incrível.
Corre a lenda de que você não era benquisto no vestiário quando deixou o clube.
Não é verdade. Falo com todos. Quando a equipe está mal, criam essas coisas de problema de vestiário. É um grupo muito unido. Há debate, há discussão, mas depois sempre resolvíamos as questões. O vestiário do Inter é muito bom.
Você conhece o Argel? Ele gosta de um jogador de área, um centroavante fixo.
É um baita treinador. Tem muito futuro. Mas não posso falar, não quero nem pensar nisso ainda. Tenho de esperar a questão da Justiça para vislumbrar algo lá na frente.
E se o Grêmio te fizesse uma proposta para a Libertadores?
Não jogaria no Grêmio. Não tem como. Eu tenho muito respeito pelo Inter e pela rivalidade que os dois times têm. Não tem como jogar no Grêmio depois de tudo o que eu fiz no Inter.
A Europa é uma realidade? Acredita que você ainda tem mercado lá?
O Olympique de Marseille chegou a perguntar por mim quando estava no Cruzeiro, mas o negócio não saiu. Eu nunca escondi que tenho o sonho de jogar na Europa. Vejo como uma realidade, sim. Talvez menor, mas há chance.