Quem esperava uma série de mudanças no São Paulo após a humilhante goleada por 6 a 1 para o Corinthians, no último domingo, pode tirar o cavalinho da chuva. Nesta segunda-feira, um dia após o vexame, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva admtiu o baque da derrota, mas falou que o momento é de serenidade e sem espaço para mudanças drásticas pelo menos até o fim do Brasileirão. A equipe ocupa a quarta colocação, com 56 pontos, e hoje estaria classificada para a Libertadores.
– Estou aqui para abordar esse momento difícil, traumático e triste na vida do São Paulo, fundamentalmente motivado pelo resultado desastroso de ontem. Que nos causou assim da perplexidade à indignação. O São Paulo quer, por sua presidência, expressar seu sentimento de solidariedade à sua torcida pela profunda tristeza que estamos vivendo – afirmou Barros e Silva, conhecido como Leco, durante comunicado antes da entrevista coletiva.
O presidente deixou claro que uma reestruturação será necessária para 2016, mas que vai esperar os jogos contra Figueirense e Goiás para iniciar as mudanças.
– O momento não permite outro tipo de atitude. Porque não adianta encarar o fenômeno de ontem, que doeu entre todos nós, como momento de tomar decisões extremas, mandar esse ou aquele embora, não estamos nesse momento. Tem de ter serenidade e muita seriedade para tratar isso – disse o presidente.
Leco também ressaltou que houve falta de comprometimento de alguns atletas. Sem citar nomes, ele disse que, a partir do ano que vem, não admitirá mais jogadores que não se incomodem com a derrota.
– Por aí passa a ideia também de exigir da nossa equipe uma atitude responsável e de comprometimento que não vemos em todos os integrantes. Depois disso, temos uma certeza: todo meu compromisso de campanha, que reafirmo aqui, de reestruturação, planejamento e transparência será implementado. Precisávamos sentar nas cadeiras para poder avaliar, aferir e projetar tudo aquilo. Tenho confiança.
O mandatário também saiu em defesa do vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro. Perguntado sobre o porquê de o dirigente receber tantas críticas, por supostamente ter dado entrevista rindo após o clássico, Leco se emocionou ao lembrar que o vice foi o pivô da saída do ex-presidente Carlos Miguel Aidar. Ataíde acertou um soco em Aidar e diz ter gravado uma conversa em que o ex-presidente admite irregularidades.
– Ele não sorriu porque esse foi o sentimento dele, vi a cena. Ele provavelmente dirigiu um sorriso para um dos colegas de vocês, num gesto de simpatia, eu sei o quanto a dor passou pra ele. O fato de atribuir ao Ataíde alguns erros é muito simplista. Ele também teve acertos. E um foi fundamental. Nós devemos ao Ataíde o fator desencadeante de uma crise. Não é só porque ele derrubou o Aidar, quem derrubou o Aidar foi o próprio Aidar, o Ataíde desencadeou, a gota d'água fez transbordar. Não só ele como qualquer outro, quando não estiver à altura do São Paulo, poderá sair. Mas ele é competente – completou o presidente.
*LANCEPRESS