Inter entrou em campo com alma, espírito de competição, ligado em cada detalhe, com sangue nos olhos, DAlessandro e Anderson encarando. O argentino colocou a mão no pescoço de Luan duas vezes e ficou por isso mesmo. O Inter lutou como se cada dividida significasse a vida. O 5 a 0 parecia estar dentro de cada jogador, como dívida do orgulho ferido.
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O Grêmio, ao contrário, encarou o Gre-Nal como um jogo qualquer, de forma acadêmica, parecendo inebriado com os elogios que, merecidamente, vêm recebendo pela sua campanha. Alguns jogadores, em certos momentos, trotaram como cavaleiros da rainha, mais preocupados com a elegância. O Grêmio mão entendeu dessa vez, a dimensão de uma rivalidade centenária.
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O Inter teve menos posse de bola, mas não é isso que define uma partida ou a melhor atuação. Construiu mais chances claras de gol, mais finalizações e, sobretudo, seus jogadores ficaram em pé em quase todas as divididas. Esta é o primeira verdade do Gre-Nal: o Inter foi mais guerreiro. Mérito de Argel, que soube arrancar gotas a mais de suor de um grupo desfalcado (Valdívia, Sasha, Nilton, Réver, Alex, Wellington).
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A armadilha preparada por Argel foi conseguir manter a marcação alta na saída de bola por bastante tempo, obrigando o Grêmio a dar chutões para onde o nariz estivesse apontado. O Inter tirou o Grêmio da sua zona de conforto, obrigando-o a sair do seu estilo. E o fez de forma compactada, sem dar espaços. A atenção redobrada impediu apagões.
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Apenas depois do gol de Vitinho, a 7 do segundo tempo, o Inter recuou e, com algum cansaço natural pelas gotas de suor a mais, permitiu ao Grêmio ameaçar Alisson. As substituições de ambos os lados e o atraso no placar empurraram o Grêmio para cima. Mas nada grave. Aí o Inter já estava fechado com Nico Freitas, Dourado, Bertotto e até Silva.
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O meio-campo do Inter foi muito melhor. Nico Freitas fez sua melhor partida com a camisa do Inter. Rodrigo Dourado assinou o clássico, com direito a jogada individual no gol de Vitinho. Se emplacar atuações feito a de ontem com regularidade, Anderson justificará, enfim, sua contratação. Marcou e entrou na área, tanto que perdeu dois gols. DAlessandro não brilhou, mas sua liderança foi crucial.
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Giuliano, Douglas e Everton (depois Pedro Rocha) sucumbiram à marcação e recompuseram sem o ímpeto de jogos anteriores: o lance do gol é prova disso. Luan ficou isolado, tendo que enfrentar sozinho a William e a Artur pelos lados e aos volantes do Inter quando recuava por dentro. A armação ficou nos pés de Walace e Ramiro. Eles restaram sobrecarregados.
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Não foi a primeira vez que o Inter jogou bem com Argel. O problema, para o G-4 e para sonhar com taça em 2016, é não oscilar tanto. Assim: ganha o Gre-Nal e do Corinthians, mas perde para o Avaí ou Chapecoense. Um time sempre está mais perto de vencer quando joga bem. Como o Inter ontem.
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A derrota deve servir de aprendizado para o Grêmio por não se tratar de um revés aleatório. A queda de rendimento do segundo turno, identificada há algum tempo por este colunista, foi sustentada pela campanha do primeiro. Para pensar em título da América em 2016, é preciso um salto de qualidade no grupo de jogadores.
*ZHESPORTES