O São Paulo deve sofrer mudanças drásticas no departamento de futebol nos próximos dias. Isso porque o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, pediu demissão nesta terça-feira e acompanhará o técnico Juan Carlos Osorio, de quem se tornou amigo, na saída do Morumbi nesta semana - os auxiliares Luis Pompilio e Jorge Rios também irão para a seleção do México.
Assim como Osorio, Ataíde já não vive em paz com a alta cúpula do São Paulo, principalmente com o presidente Carlos Miguel Aidar. Na última segunda-feira, inclusive, os dois chegaram a brigar em um hotel na zona sul da capital paulista, quando o vice de futebol teria desferido um soco no mandatário. A informação foi publicada pelo Radar On-line, da Veja, e confirmada pelo colunista do LANCE!, André Kfouri.
Ataíde já vem sofrendo há tempos com a pressão imposta por membros da diretoria e, principalmente, de protestos das torcidas uniformizadas. A relação com Osorio, no entanto, sempre foi boa. O técnico sempre ressalta a confiança depositada no dirigente, principalmente pelos esforços do vice ao buscá-lo na Colômbia há quatro meses para trabalhar no São Paulo.
Na reta final da passagem de Muricy Ramalho, a hipótese de Ataíde deixar a diretoria já havia sido levantada pelas mesma falta de sintonia entre o CT da Barra Funda e o Morumbi. A saída do gerente-executivo, Gustavo Vieira de Oliveira, também abriu caminho para a saída, mas o vice seguiu à frente do futebol. Em um ano e meio no cargo, Ataíde não conseguiu nenhum título e, segundo ele, terminar 2015 sem taças daria a Aidar o direito de demití-lo.
O último atrito da dupla envolveu a contratação do zagueiro Iago Maidana, em negócio que pode trazer punições ao São Paulo devido a irregularidades. Ataíde, inicialmente, foi colocado como responsável pelas tratativas, mas logo fez cobranças para que o presidente assumisse a questão, pois teria sido ele o responsável por pedir para José Eduardo Chimello, gerente-executivo, tocar as negociações com o Monte Cristo (GO) e a Itaquerão Soccer, que mantiveram o jogador registrado por dois dias após tirá-lo do Criciúma por R$ 800 mil - a venda ao São Paulo foi por R$ 2,4 milhões.
As faíscas entre ambos, no entanto, tiveram início há muito mais tempo. Ainda em junho do ano passado, Ataíde reclamou diversas vezes da preciptação de Aidar durante as conversas para repatriar Kaká em negócio com o Orlando City, dos EUA. As chances de Diego Lugano retornar ao Morumbi também evidenciaram as diferenças entre os dirigentes, já que o presidente "culpou" apenas Osorio pela recusa, enquanto o vice também disse ser contra a volta do uruguaio.
*LANCEPRESS