Pouco dias depois do domínio incontestável de Max Verstappen no Bahrein, a Fórmula 1 chega à Arábia Saudita com questões fora da pista perseguindo a principal categoria do automobilismo. Depois do "caso Horner" na Red Bull, agora é o presidente da Federação Internacional do Automobilismo (Fia), Mohammed Ben Sulayem, quem está no olho do furacão.
Segundo a rede BBC, que cita um denunciante, Sulayem teria pedido às suas equipes que encontrassem alguma maneira de não homologar o circuito Urbano de Las Vegas, que recebeu seu primeiro Grande Prêmio de F1 em 2023.
Além disso, segundo essa mesma fonte, o dirigente teria pedido a comissários que anulassem uma penalização imposta ao espanhol Fernando Alonso, da Aston Martin, no GP da Arábia Saudita do ano passado. Estas duas acusações constam em um relatório destinado ao Comitê de Ética da Fia.
— A Fia confirma que o responsável de conformidade recebeu um relatório detalhando alegações potenciais envolvendo alguns de seus membros dirigentes — indicou um porta-voz da organização à AFP.
Este novo caso deixou provisoriamente em segundo plano a guerra interna na Red Bull, equipe que no âmbito esportivo domina a categoria, com 21 vitórias nas 22 corridas na temporada passada e uma nova demonstração de força com a vitória de Verstappen e a segunda posição do mexicano Sergio Pérez no último sábado, no GP do Bahrein.
O conflito na escuderia explodiu no início de fevereiro. Apesar de ter sido inocentado após uma investigação interna pelas acusações de "comportamento inapropriado" para com uma funcionária, Christian Horner, chefe da equipe austríaca, segue sendo questionado. No sábado, poucas horas depois da vitória de seu filho no circuito de Sakhir, o ex-piloto Jos Verstappen colocou mais lenha na fogueira criticando Horner.
— Existe uma tensão (na equipe) enquanto ele continuar — declarou o pai de Max Verstappen ao caderno de esportes do jornal britânico Daily Mail.
Red Bull quer nova "dobradinha"
Nesse clima carregado, o padock chega a Jidá, onde a Red Bull quer uma nova "dobradinha". No circuito urbano mais longo da temporada (6,174 quilômetros), Verstappen, que no ano passado terminou a corrida em segundo, atrás de Pérez, continua sendo favorito.
— Na temporada passada, o circuito foi bom para nós, então espero que possamos conseguir um rendimento parecido. Será interessante ver as diferenças de rendimento entre as equipes em um traçado completamente diferente do Bahrein — declarou o tricampeão mundial.
A Ferrari, que conseguiu a terceira e quarta posições no último fim de semana, terá muitas expectativas para a etapa da Arábia Saudita.
— A primeira corrida da temporada confirmou que avançamos na direção certa. É motivador ver que reduzimos a distância na classificação, mesmo que ainda estejamos longe do ritmo de corrida de Max Verstappen. Nesta semana, o desafio será completamente diferente e esperamos que os sinais positivos constatados há duas semanas se repitam — explicou o chefe da escuderia italiana, Fréderic Vasseur.
Já a Mercedes e a McLaren, discretas no Bahrein, também devem entrar na briga pelo top 5, talvez acompanhadas pela Aston Martin, que mostrou um grande rendimento na Arábia Saudita em 2023.