Quando as luzes vermelhas se apagarem às 11h deste domingo (7), a Stock Car verá a largada da 500ª corrida nos seus 40 anos de vida. A prova histórica terá o Rio Grande do Sul como palco, assim como na etapa de 22 abril de 1979 que marcou o início da principal categoria de automobilismo do Brasil — desta vez no Velopark, em Nova Santa Rita, enquanto Tarumã segue em obras para voltar a receber o grid no final do ano.
A caminhada da Stock Car até aqui contou com diversos pilotos que deixaram seus nomes nas pistas do Brasil e do mundo, como Ingo Hoffmann, maior campeão da história, com 12 títulos, e Chico Serra, tricampeão, ambos com passagem pela F-1. Mas foi nos últimos anos que, com uma gestão profissional, a categoria viveu seus momentos mais fortes.
Jovens corredores, que antes buscavam o automobilismo europeu, agora focam suas carreiras nos autódromos nacionais, ao lado de veteranos talentosos e experientes em outras categorias. São os casos, por exemplo, de Marcel Coletta, que, aos 17 anos — ainda sem carteira de motorista —, é o piloto mais jovem a guiar um Stock, a bordo do carro 177 da Crown Racing, e de Rubens Barrichello, campeão em 2014 que, com sua trajetória na F-1, na Indy e na própria Stock, é um dos candidatos ao título desta temporada, com o 111 da Full Time.
Mas, para buscar a taça, Rubinho e os outros favoritos, como Felipe Fraga, Átila Abreu, Ricardo Zonta, Ricardo Maurício, Julio Campos e Thiago Camilo, precisam superar Daniel Serra. Bicampeão de forma categórica nas duas últimas temporadas, o dono do carro 29 é o nome a ser batido na corrida especial deste domingo (7) — e também no campeonato.
Discreto e focado, Serra chegou ao auge da sua trajetória após trocar a Red Bull pela Eurofarma, há dois anos. Vinha de anos com vitórias, mas sem a consistência necessária para o título. Encontrou o que faltava na equipe de Rosinei Campos, o Meinha, que já levantou sete taças como dono de equipe. Mesmo assim, ele garante que não se sente favorito ao tri no novo ano que começa agora.
— Foram dois anos legais, muito competitivos. O nosso objetivo é conseguir o tricampeonato. Trabalhamos muito na pré-temporada, pois terminamos 2018 sem ter o carro mais rápido, e precisamos igualar essa performance. Vamos ver se começamos com o pé direito. É bom (ser favorito), sinal de que estamos bem — explicou o paulista de 35 anos.
Serra também comemorou o fato de contar, mais uma vez, com companheiros de equipe fortes. Ao seu lado no box da Eurofarma RC, Ricardo Maurício, duas vezes campeão, está de volta ao time de Meinha após um ano na Full Time. Max Wilson, com um título, está na RCM, o segundo time do preparador, com o jovem Bruno Baptista como novidade.
— É sempre melhor ter um companheiro forte do que um fraco. Isso ajuda a empurrar o time para cima. Conheço o Ricardinho há muito tempo, corremos juntos, sempre tive gente forte ao meu lado. Quem sabe não conseguimos chegar todos ao final do ano na disputa pelo título? — completou.
A prova que abre o ano será uma das três especiais entre as 12 programadas para 2019. No Velopark e nas duas passagens por Interlagos — para a Corrida do Milhão e para o encerramento do campeonato —, as rodadas serão em corridas únicas. As outras nove etapas terão as já tradicionais rodadas duplas. Por isso, não há como esconder o jogo: haverá apenas uma chance de marcar o nome como vencedor da 500ª corrida da Stock Car. E tudo começa às 11h deste domingo.
Os vencedores históricos:
1ª prova
Affonso Giaffone (Opala) — Tarumã, 1979
100ª prova
Chico Serra (Opala) — Interlagos, 1989
200ª prova
Xandy Negrão (Omega) — Londrina, 1998
300ª prova
Cacá Bueno (Lancer) — Campo Grande, 2006
400ª prova
Thiago Camilo (Sonic) — Corrida do Milhão, Goiânia, 2014
Programação
Sábado (6)
Classificação _ 13h30min
Domingo (7)
Corrida _ 11h (SporTV 2 e flashes na RBS TV)