No topo da lista dos cursos mais procurados no vestibular 2013 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Psicologia teve densidade inferior apenas à de Medicina (57,17). Com seleção dividida em dois turnos, foram 24,77 candidatos por vaga no período noturno e 18,93 para o diurno.
Para conhecer mais detalhes sobre a profissão, o caderno Vestibular convidou os estudantes Cristina Tondolo, 21 anos, e Matheus Capra Ecker, 18 anos, para conversarem com o coordenador da área técnica do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS), Lucio Fernando Garcia.
Entre as dúvidas, questões como os campos de atuação, a carreira acadêmica e a relação entre profissional e paciente. Confira abaixo as principais questões.
Maiores densidades de 2013 na UFRGS
1º Medicina 57,17
2º Psicologia (noturno) 24,77
3º Psicologia (diurno) 18,93
O que foi abordado na conversa
Além da clínica
Carreira fortemente associada à rotina em consultórios de terapia, a formação em Psicologia permite atuação em campos diversos, tais como educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, trânsito, justiça, comunitário e comunicação.
- A graduação é generalista, ou seja, prepara o acadêmico para atuar em todas as áreas, fazendo psicoterapia, avaliações psicológicas, processos de seleção de profissionais, sendo servidor público em postos de saúde ou preparando laudos periciais para a Justiça.
Carreira acadêmica
Para lecionar em uma faculdade de Psicologia, não é necessário ser psicólogo, afinal, o curso tem disciplinas relacionadas a áreas como Medicina, Biologia e Filosofia. Contudo, para dar aulas de uma matéria específica de Psicologia, é obrigatório ser graduado no curso. Também é necessário ter especializações em alguma área:
- A formação acadêmica de um professor envolve pós-graduações latu sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado) na área em que o psicólogo deseja lecionar.
Postura na terapia
O psicólogo clínico segue uma linha referencial (psicanalítica, comportamental, cognitiva, etc) e tem uma postura ativa, embora reservada, durante as sessões. A ideia do profissional quieto, que apenas ouve o paciente, sem fazer intervenções, é um estereótipo de filme, na visão de Garcia:
- Isso é colocar a teoria acima do paciente. Dar atenção é uma questão ética. Contudo, o silêncio não significa que o psicólogo está alheio ao paciente - explica.
Terapias holísticas
Os limites da atuação profissional são definidos a partir de métodos reconhecidos cientificamente.
- O psicólogo deve respeitar a espiritualidade e as crenças do paciente, mas, se aplicasse terapias místicas, colocaria a saúde da população em risco.
Psicólogo na terapia
Não existe uma determinação formal para que psicólogos façam terapia. Porém, há o entendimento de que a medida é importante para separar a vida pessoal da vida dos pacientes.
Detalhe ZH
Título profissional ou acadêmico?
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) concede títulos profissionais de especialista em 11 áreas: Psicologia Clínica, do Esporte, do Trânsito, Escolar/Educacional, Hospitalar, Jurídica, Organizacional e do Trabalho, Psicomotricidade, Psicopedagogia, Psicologia Social e Neuropsicologia.
O título profissional de especialista pode ser obtido por aprovação em concurso promovido pelo CFP, por conclusão de curso de especialização credenciado pelo CFP ou por comprovação de prática profissional. Porém, para a carreira de professor universitário no curso de Psicologia, é preciso ter titulações acadêmicas (lato sensu e stricto sensu).